Carro queimado em rua do subúrbio de Paris após confrontos entre a polícia e jovens
REUTERS/Antony Paone
Carro queimado em rua do subúrbio de Paris após confrontos entre a polícia e jovens

Após uma noite de protestos, o ministro do interior da França, Gérald Darmanin, pediu nesta quarta-feira (28) mais paciência às centenas de franceses que foram às ruas após um garoto de 17 anos ser baleado durante uma abordagem policial em  Paris. O policial que atirou no adolescente foi posto sob custódia ainda ontem, terça-feira (27), depois que o menino de origem argelina, chamado Naël, morreu no hospital. 

Naël estava no carro, um Mercedes AMG, com outras duas pessoas no momento em que foram parados em uma blitz policial, segundo os promotores de Justiça envolvidos no caso. Na abordagem, o motorista teria ligado novamente o veículo e acelerado, apresentando perigo físico aos oficiais. “Foi nesse contexto que o policial usou sua arma de fogo”, disse o chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez. 

A versão de Nunez, porém, foi contestada por um vídeo apresentado anonimamente, no qual se vê dois policiais à porta do veículo: enquanto um a segura, o outro mantém uma arma apontada para o motorista. "Você tem um vídeo que é muito claro: um policial matou um jovem de 17 anos; podemos ver que aquele tiro não está dentro das regras", disse o advogado da família de Naël, Yassine Bouzrou. 


Indignados com a morte do adolescente, manifestantes foram às ruas e incendiaram cerca de 40 veículos. Aproximadamente 350 policiais e paramilitares foram mobilizados, a maioria na comuna francesa de Nanterre, para reprimir os confrontos que continuaram até a madrugada desta quarta-feira. Pelo menos 31 manifestantes foram presos, enquanto jovens atiraram pedras e dispararam fogos de artifício contra policiais, que arremessaram bombas de gás lacrimogêneo. 

Gérald Darmanin disse que, se a investigação “confirmar os vídeos que vimos, nunca se justifica”. O presidente da França,  Emmanuel Macron, declarou em seu Twitter que a morte do jovem foi “injustificável” e “indesculpável”.


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