Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Kremlin - 17.03.2023
Presidente da Rússia, Vladimir Putin

Neste sábado (1º), o governo da Ucrânia disse que a presidência russa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) é um "tapa na cara" da comunidade internacional. A última vez que Moscou presidiu o Conselho foi em fevereiro de 2022 — mesmo mês em que as tropas russas invadiram o território ucraniano , dando início à  guerra que já passa de um ano de duração.

"Peço aos atuais membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas que impeçam qualquer tentativa da Rússia de abusar de sua presidência. Também lembro que a Rússia não é cumpridora das leis do Conselho", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, nas redes sociais, no primeiro dia em que Moscou assume a liderança mensal do órgão da ONU .

A primeira reunião do Conselho sob a atual chefia será realizada na próxima segunda-feira (3), a portas fechadas. Depois, haverá uma conferência de imprensa do representante permanente da Federação Russa junto da ONU, Vasily Nebenzia.

O Conselho de Segurança tem 15 membros, sendo que cinco deles — Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia — são permanentes e têm poder de veto, com uma presidência rotativa todos os meses.

Na última quinta (30), Kuleba chamou a presidência russa do Conselho de "piada de mau gosto", ao afirmar que a  Rússia é um país "fora da lei" que "usurpou sua posição" no órgão.

"O seu presidente é um criminoso de guerra procurado pelo Tribunal Penal Internacional por sequestro de crianças", disse o ministro, em referência ao mandado de prisão emitido neste mês pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Moscou afirmou que sua delegação da ONU será liderada pelo  chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.

Ontem, a porta-voz de Lavrov, Maria Zakharova, disse que o chanceler russo pretende presidir pessoalmente uma reunião do Conselho de Segurança sobre "multilateralismo efetivo" no final deste mês. Ela ainda indicou que Lavrov também vai conduzir um debate sobre o Oriente Médio no dia 25 de abril.

"Em caso de abuso por parte da presidência [russa], certamente reagiremos", disse um diplomata do Conselho de Segurança da ONU de Nova York à agência de notícias AFP . No entanto, "este não é o ponto. O ponto é a guerra na Ucrânia e garantir que acabemos com ela".

"Um país que viola flagrantemente a Carta da ONU e invade seu vizinho não tem lugar no Conselho de Segurança da ONU", disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em Washington.

"Infelizmente, a Rússia é um membro permanente do Conselho de Segurança e não há um caminho jurídico internacional viável para mudar essa realidade." acrescentou, chamando a presidência de "cargo amplamente cerimonial".

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