A China registrou 59.938 mortes por Covid-19 entre os dias 8 de dezembro e 12 de janeiro, informaram as autoridades sanitárias do país neste sábado (14). Esse é o primeiro balanço formal do governo desde a metade de dezembro, quando as informações passaram a ser retidas após o abandono da política de "Covid zero".
Segundo o chefe do Escritório de Administração Médica da Comissão Sanitária Nacional, Jiao Yahui, 5.503 óbitos foram causados por insuficiência respiratória provocada pelo coronavírus Sars-CoV-2 e as outras 54.435 foram falecimentos ligados à Covid-19, mas em pessoas com doenças crônicas, como câncer ou cardiovasculares.
A idade média das vítimas é de 80,3 anos - em linha com outros países - e 90% delas tinha idade igual ou superior a 65 anos.
Antes do boletim, o portal Our World In Data, que monitora a pandemia no mundo todo usando dados de várias secretarias e agências nacionais, apontava que a China tinha 5.273 óbitos desde o fim de 2019.
No entanto, apesar da divulgação, os números ainda podem estar muito subestimados. Isso porque as autoridades de Pequim só consideram mortes pela doença o que é "consequência direta" do vírus, ou seja, pessoas que desenvolvam outros problemas por causa do Sars-CoV-2 não são incluídas no relatório.
Essa mudança foi duramente criticada por diversas agências sanitárias internacionais, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), porque mascara o número real de vítimas da pandemia.
Pequim vem sendo alvo de críticas internacionais porque, ao abandonar sua rígida política de controle sanitário implementada desde que os primeiros casos surgiram, também parou de divulgar a real situação da crise sanitária no país. Institutos britânicos chegaram a falar em centenas de milhões de casos e cerca de 11 mil mortes ao dia, em números que não são possíveis de serem checados de maneira independente.
Por conta disso, muitos países voltaram a impor a exigência de um teste negativo para a Covid-19 de pessoas que venham da China para ter um maior controle sanitário. Na Itália, entre 10% e 20% dos viajantes vêm dando positivo para a doença, segundo último balanço divulgado.
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