No Twitter, Lula diz ser fundamental derrotar a extrema direita
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No Twitter, Lula diz ser fundamental derrotar a extrema direita

Após o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a França, histórico parceiro do Brasil, planeja retomar as relações com o país. Os quatro anos do governo anterior, do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), destacaram-se por divergências políticas e diplomáticas com a nação liderada por Emmanuel Macron .

Mesmo antes da posse de Lula, no dia 1º , os chefes do Executivo já haviam começado a articular uma reaproximação e restabelecimento da relação bilateral em novas bases .

Como afirmado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a França conta com a volta do Brasil ao "grande palco das relações internacionais" para contribuir com a resolução de conflitos regionais, além de pautas ambientais, como o aquecimento global e a preservação da Amazônia — temas que, devido a divergências, colaboraram para um afastamento entre os países durante a gestão de Bolsonaro .

De acordo com o jornal O Globo , o Palácio Eliseu já estuda uma data para uma futura visita de Macron a Brasília .

Além disso, no Ministério da Europa e das Relações Exteriores francês, o Quai d’Orsay, um roteiro está sendo finalizado de um novo plano de ação para a relação entre os países, que deve ser anunciado em breve.

A ministra da pasta, Catherine Colonna, também deve fazer uma visita oficial ao Brasil, o que não deve demorar.

"De uma certa forma, a eleição de Lula, que é um grande amigo da França, foi libertadora", afirmou uma fonte diplomática no Eliseu ao jornal.

"O Brasil está na encruzilhada de várias questões mundiais, como futuro presidente do G20, como país de imensos recursos naturais, produtor de bens alimentares, e com capacidade de diálogo com nações africanas e com Rússia e China. A palavra-chave é 'encruzilhada': o Brasil está no centro da solução para diferentes problemas globais."

Os franceses esperam que o Brasil volte a contribuir com discussões sobre temas como crises na Venezuela, no Haiti e a guerra na Ucrânia.

"Precisamos globalmente do Brasil na crise ucraniana", disse a fonte diplomática. "Nosso objetivo não é necessariamente pedir ao país que adote sanções, mas que tenha uma posição firme contra a agressão russa, os ataques aos civis, e uma forte reação de apoio à população ucraniana. Como membro do Brics e grande potência emergente, o Brasil tem um peso, e pode endereçar a Moscou uma mensagem dizendo que é preciso parar o mais rápido com essa guerra."

Outro tema esperado pela França para voltar a ser pautado é a Amazônia, que foi alvo de discórdia entre Bolsonaro e Macron, e um eventual desejo francês de internacionalizar juridicamente a floresta.

"Há uma incompreensão e uma deformação em relação a esta questão", acrescentou a fonte. "Não queremos criar um território sob mandato internacional. Não vamos questionar as fronteiras brasileiras. Nosso objetivo é apoiar um Estado forte, soberano, em condições de garantir sua própria integridade territorial e capaz de lutar contra a criminalidade e a desflorestamento ilegal, agindo em estreita coordenação com a comunidade internacional."

A fonte disse que o país "respeita a soberania brasileira sobre a Amazônia", mas que acreditam que "o presidente Lula deseja trabalhar conosco". "Ele já anunciou uma iniciativa para proteger as florestas tropicais [em novembro, na Cop27, no Egito]. O presidente Gustavo Petro, da Colômbia, disse que promoverá uma cúpula amazônica em 2023, para a qual convidou a França. Há toda uma dinâmica que é relançada neste sentido."

Outro assunto que há expectativa de ser abordado novamente é a abertura das negociações do acordo Mercosul -União Europeia, que hoje  estão bloqueadas. 

"A Comissão Europeia está trabalhando em um adendo para o acordo, para que sejam respeitadas as linhas vermelhas em relação ao meio ambiente", continuou a fonte diplomática. "Não sabemos ainda qual será a posição do governo Lula sobre este acordo. É uma discussão de bloco a bloco. E mesmo no seio do Mercosul há dissensões, o Uruguai quer negociar um acordo de livre comércio com a China, e é preciso que se tenha uma posição comum."

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