Irã: jornalista é preso ao entrevistar famílias de condenados à morte

Jornalista teria sido preso após publicar, nas últimas semanas, entrevistas com parentes de manifestantes condenados à morte, informou a mídia local

Mehdi Beyk Oghli, jornalista iraniano foi preso
Foto: Reprodução/Twitter Etemad
Mehdi Beyk Oghli, jornalista iraniano foi preso

Um jornalista foi preso no Irã após entrevistar parentes de  pessoas condenadas à morte por suposta relação com a onda de protestos  que tomou o país depois da morte da jovem Mahsa Amini .

"Mehdi Beikoghli, chefe da editoria de política do diário Etemad, foi preso ontem à noite", informou o jornal local Etemad, onde ele trabalhava, nesta sexta-feira (6).

"Sua esposa escreveu no Twitter que o telefone celular, o computador e objetos pessoais de Mehdi foram apreendidos quando ele foi preso", acrescentou.

Nas últimas semanas, o jornalista publicou entrevistas com parentes de condenados no Irã

Centenas de pessoas já foram mortas e outras milhares presas desde o início dos  protestos em setembro do ano passado. O governo iraniano descreve as manifestações como "tumultos". 

De acordo com a agência de notícias AFP , 14 pessoas foram condenadas à morte pelos tribunais do país. Duas delas já foram executadas.

No mês de dezembro, o jornal Shargh publicou uma lista de cerca de 40 jornalistas e fotojornalistas detidos no Irã por terem relação com o movimento contra o governo .

Protestos no Irã

Protestos tomam conta das ruas do Irã desde 16 de setembro , após a morte de Mahsa Amini , de 22 anos, que foi presa pela  polícia da moralidade após violar o código de vestimenta da República Islâmica e não usar o véu de "maneira correta". Ela morreu durante sua detenção.

No início de dezembro, um jovem de 23 anos foi enforcado no Irã pelo assassinato de dois agentes de segurança islâmicos, os bassidjis . Na semana anterior,  Mohsen Shekari foi o primeiro manifestante executado no país acusado de ter esfaqueado um membro das forças de ordem durante protesto.

Após o ocorrido, organizações de direitos humanos —  que já vêm denunciando a violência e repressão das autoridades contra manifestantes no país — disseram que o julgamento foi apressado e pontuaram o fato de o acusado não ter tido o direito de escolher o próprio advogado.

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