A Organização Mundial da Saúde ( OMS
) promoveu um estudo que apontou que no mundo, cerca de 14,8 milhões de pessoas morreram
de Covid-19
entre os anos de 2020 e 2021. O número é três vezes maior que os divulgados pelas estatísticas oficiais, que marcam cerca de 5,4 milhões de mortes
.
O levantamento foi publicado nesta quarta-feira (14), pela revista "Nature", e segue as estimativas já feitas por outras pesquisas. Nele, são considerados todas as mortes colaterais que ocorreram pela pandemia. Dentre elas estão as mortes causadas pela interrupção dos servições médicos por superlotação. Isso fez com que os números sejam mais difíceis de serem adquiridos por conta das diferenças existentes entre as nações no mundo.
A pesquisa foi liderada por William Msemburi, e avaliou as " mortes em excesso", e comparou os dados de óbitos nos anos anteriores. O termo significa todas as mortes causadas por situações inesperadas, como em caso de grandes desastres naturais, guerras e pandemias.
Para chegar ao número, foram necessários diversos modelos matemáticos para calcular quantos falecimentos seriam "esperados" para cada nação do mundo, caso não existisse uma pandemia. Assim, é possível também preencher possíveis buracos nos cálculos.
Mas, os dados completos de mortalidade nos últimos dois anos estão disponíveis em apenas 37% dos países do mundo. O restante, principalmente as nações do continente africano, não há informações totais. Com isso, é criado os cenários de mínima e máxima no levantamento .
Com isso, o estudo mostra que a Covid-19 matou cerca de 13,3 milhões a 16,6 milhões de pessoas pelo mundo. Esse número seria dividido em 4,4 milhões de mortes em excesso em 2020, e 10,4 milhões em 2021.
Além disso, foi avaliado que quatro a cada cinco mortes em excesso aconteceram em países de média renda, com alguns da América Latina entre os mais atingidos. As nações mais pobres possuem um número menor de óbitos por representar apenas 9% da população mundial, e pela maior presença de jovens.