A Justiça da França abriu uma investigação para apurar se a campanha presidencial de Emmanuel Macron em 2017, na qual foi eleito pela primeira vez, foi financiada ilegalmente por meio da consultoria McKinsey, informou o jornal francês "Le Parisien" nesta quinta-feira (24).
A publicação explica que três juízes foram nomeados para conduzir o inquérito sob a acusação de "favoritismo" e "financiamento ilícito da campanha eleitoral de 2017" por parte da Procuradoria Nacional de Finanças (PNF).
As investigações dizem respeito aos vínculos entre Emmanuel Macron e a McKinsey e os contratos públicos multimilionários.
O jornal francês fala de suspeitas de financiamento ilícito nas campanhas presidenciais que levaram Macron ao Palácio do Eliseu em 2017 e 2022, bem como a atribuição de alguns contratos públicos.
Em nota divulgada pelo gabinete do promotor público, Jean-François Bohnert, a PNF não menciona o nome de Macron, mas informa que abriu dois processos judiciais no final de outubro sobre, respectivamente, "as condições de intervenção de consultorias nas campanhas eleitorais francesas de 2017 e 2022" e "suspeitas relacionadas de "favoritismo".
Durante a campanha presidencial de 2022, as críticas a Macron se multiplicaram, principalmente no que diz respeito aos contratos firmados nos últimos cinco anos entre o Estado e consultorias privadas, como a americana McKinsey.
Em 17 de março, o Senado revelou que as contratações do Estado para esse tipo de consultoria privada "mais que dobraram" entre 2018 e 2021, atingindo um recorde de mais de US$1 bilhão em 2021.
A McKinsey foi a consultoria privada mais solicitada pelas autoridades francesas durante a pandemia. O relatório dos senadores suscitou duras críticas ao uso de recursos públicos e a oposição pediu a investigação de qualquer favoritismo à multinacional norte-americana.
Macron, por sua vez, rebateu as críticas no final de março e apontou que, quem suspeitasse de manipulação e tivesse provas, deveria levar o caso ao tribunal.
Hoje, o Palácio do Eliseu reforçou que a Justiça deve investigar "com total independência".
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