A morte de Mahsa Amini durante uma detenção no Irã pela chamada polícia da moral está relacionada a sequelas de uma cirurgia no cérebro e não foi causada por espancamento, segundo um relatório divulgado pelo governo do país nesta sexta-feira (7).
A Organização Médico-Legal Iraniana disse que "a morte de Mahsa Amini não foi causada por pancadas na cabeça e órgãos vitais", mas por "intervenção cirúrgica devido a um tumor cerebral aos 8 anos".
Entretanto, o pai da jovem de 22 anos havia afirmado que a filha estava em "perfeita saúde" no dia em que foi presa, 13 de setembro, quando a família passeava em Teerã.
Amini foi acusada de não portar adequadamente o véu muçulmano. Segundo informações, ela havia sofrido golpes na cabeça na delegacia, mas o relatório oficial nega as duas afirmações.
"No dia 13 de setembro, [Mahsa Amini] perdeu repentinamente os sentidos e desmaio. Sofreu um transtorno do ritmo cardíaco e uma queda da tensão arterial".
Protestos
A morte de Mahsa Amini gerou a maior onda de protestos no Irã desde 2019. As manifestações, fortemente reprimidas, têm sido lideradas por mulheres e estudantes.
De acordo com um balanço oficial, 60 pessoas morreram nos protestos, incluindo 12 agentes das forças de segurança. A Anistia Internacional acusou as forças de segurança de "dispararem deliberadamente munição real contra manifestantes" e pediu "ação internacional urgente para acabar com a repressão".
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