Nesta quarta-feira (28), Moscou estava preparada para anexar um pedaço do território da Ucrânia , divulgando o que chamou de registros de votos mostrando apoio em quatro províncias parcialmente ocupadas para se juntar à Rússia — referendos que Kiev e o Ocidente denunciam como fraudulentos ilegais mantidos sob a mira de uma arma.
Os territórios que o país se prepara para anexar são Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson.
O presidente russo, Vladimir Putin , pode proclamar a anexação em poucos dias, uma semana após ter endossado os referendos, ordenado uma mobilização militar e ameaçado defender a Rússia com armas nucleares.
"Os resultados são claros. Bem-vindo ao lar, à Rússia!", escreveu Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, no Telegram.
Autoridades apoiadas pela Rússia dizem ter feito os referendos durante cinco dias nos territórios, que representam cerca de 15% da Ucrânia.
No entanto, segundo a Reuters , moradores que fugiram do território ucraniano nos últimos dias afirmaram que pessoas foram obrigadas a marcar cédulas na rua sob a mira de armas. Vídeos mostram autoridades instaladas na Rússia levando as urnas de casa em casa com homens armados.
A Rússia, por outro lado, diz que a votação foi voluntária e teve ampla participação da população.
"Esta farsa nos territórios ocupados não pode nem ser chamada de imitação de um referendo", disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em vídeo.
O conselheiro de Zelensky, Mykhailo Podolyak, disse à Reuters que os ucranianos que ajudaram a organizar a ação vão enfrentar acusações de traição e, ao menos, cinco anos de prisão. Já os que foram forçados a votar, não receberão nenhum tipo de punição.
Denis Pushilin, líder russo instalado em Donetsk — uma das duas regiões ucranianas que Moscou já havia proclamado estados independentes — afirmou que estava a caminho de Moscou para concluir o processo legal de ingresso na Rússia.
"Agora estamos nos movendo para um novo estágio de ação militar", afirmou. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia precisa continuar lutando para assumir o controle de Donetsk — que ainda tem cerca de 40% do território sob controle ucraniano.
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