Nesta quarta-feira (21), um homem ateou fogo em si mesmo perto do gabinete do primeiro-ministro do Japão em um aparente protesto contra a decisão do governo do país de realizar um funeral de Estado para o ex-premiê Shinzo Abe, assassinado em julho deste ano .
De acordo com a mídia local, o homem foi levado ao hospital com queimaduras em todo o corpo. Na ocasião, um policial tentou apagar as chamas e também acabou ferido.
O manifestante, que tem por volta de 70 anos, estava inconsciente quando foi encontrado pela primeira vez, mas depois disse à polícia que havia se encharcado de combustível.
Próximo ao incidente, foi encontrada uma carta falando sobre o funeral de Abe e com os escritos: "Eu me oponho fortemente". Segundo a mídia local, a polícia se recusou a confirmar o incidente, que ocorreu no dia que seria o aniversário de 68 anos do ex-primeiro-ministro.
"Ouvi dizer que a polícia encontrou um homem que sofreu queimaduras perto de gabinete do governo e estou ciente de que a polícia está investigando", afirmou o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, durante entrevista coletiva.
Morte de Shinzo Abe
O ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, de 67 anos, não resistiu aos ferimentos à bala, após ser vítima de um atentado , na cidade de Nara, no oeste do Japão . A informação foi confirmada pela TV estatal japonesa NHK .
O responsável, identificado pela polícia como Tetsuya Yamagami, morador de Nara, de 41 anos , foi detido. Ele é um ex-integrante da Marinha do Japão, onde serviu por três anos, até 2005. A suposta arma do crime — uma espingarda caseira — foi recuperada. De acordo com a NHK, o suspeito disse à polícia que estava insatisfeito com o ex-primeiro-ministro e pretendia matá-lo.
Abe fazia um discurso de campanha para a eleição de um candidato do Partido Liberal Democrático. Ele chegou a ser levado de helicóptero para o Hospital Universitário de Nara, em "estado de parada cardiorrespiratória". Ainda no local do atentado, bombeiros da equipe de resgate disseram que Abe não apresentava sinais vitais.
O funeral de Estado do ex-premiê está marcado para 27 de setembro e conta com a presença de 6 mil pessoas do Japão e outros países.
A oposição à realização da cerimônia vem crescendo nos últimos tempos, principalmente devido a revelações — após a morte de Abe — de ligações entre o Partido Liberal Democrata (LDP), do qual ele era um membro, e a Igreja da Unificação.
O acusado da morte de Abe disse, à época, que a igreja levou sua mãe à falência .