Ali Rocha sendo detida pelos agentes da Polícia Metropolitana de Londres
reprodução: Twitter
Ali Rocha sendo detida pelos agentes da Polícia Metropolitana de Londres

A Polícia Metropolitana de Londres foi acusada de usar "força desnecessária" e fazer propaganda para a extrema-direita do Brasil depois que uma manifestante pacífica foi detida e algemada durante um protesto do lado de fora da residência do embaixador brasileiro na capital britânica.

A jornalista e produtora Ali Rocha, uma cidadã brasileira e britânica de 50 anos, e sua colega de apartamento foram detidas por policiais na hora do almoço de domingo (18) quando se juntavam a um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que estava no Reino Unido para o funeral da Rainha Elizabeth 2ª. As informações são do jornal britânico The Guardian .

Ali carregava três cartazes denunciando o ataque de Bolsonaro à Amazônia e uma mochila contendo um megafone. Ela não chegou a ser presa, mas conta que foi algemada por cerca de 20 minutos antes de ser libertada. Na sequência, foi escoltada por um grupo de apoiadores de Bolsonaro que também se reuniram do lado de fora da casa do embaixador. Um dos apoiadores chegou a dizer que "eles [a polícia] também não gostam de comunistas aqui [no Reino Unido]". 

"Fiquei muito chocada e abalada e agora estou com raiva e nojo", afirmou Ali.

Um porta-voz da polícia confirmou que, pouco depois das 13h10 de domingo, agentes pararam duas mulheres suspeitas de estarem portando "itens para cometer danos criminais".

"As duas mulheres foram revistadas. Uma das mulheres foi inicialmente algemada para facilitar a busca com segurança depois que ela repetidamente ignorou as instruções para não colocar as mãos nos bolsos. As algemas foram posteriormente removidas", disse o porta-voz.

"Nenhum item preocupante foi encontrado nas duas mulheres que foram detidas e elas foram autorizadas a continuar seu caminho sem nenhuma ação adiciona", completou. 

O porta-voz se recusou a comentar como as imagens do incidente estavam sendo usadas como propaganda de extrema-direita.

Imagens do incidente foram distorcidas e usadas para difamar a esquerda nas redes sociais por membros da extrema direita do Brasil. O deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente, compartilhou imagens da detenção de Ali nas redes sociais e alegou, falsamente, que ela havia sido presa pela polícia.

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