A Comissão Eleitoral Nacional (CNE) angolana proclamou os resultados finais das eleições presidenciais da semana passada, que dão ao governista Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA) 51,17% dos votos, contra 43,95% da principal sigla da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), que havia rejeitado os resultados provisórios.
O atual presidente João Lourenço foi, portanto, oficialmente reeleito, embora pela menor margem que o MPLA, no poder desde 1975, já teve.
Em Angola, o partido que faz a maior bancada no Congresso de 220 cadeiras elege o presidente para um mandato de cinco anos. Pelos resultados, o MPLA ficou com 124 cadeiras, a Unita com 90 e outras siglas menores com duas cada.
O candidato da Unita, Adalberto Costa Júnior, havia pedido na sexta-feira uma revisão da apuração dos votos, alegando discrepâncias entre os resultados anunciados e a contagem paralela realizada pelo partido. A CNE, no entanto, negou o pedido no mesmo dia.
Em 2017, o MPLA obteve 61% dos votos, e a Unita, 27%. A votação da semana passada evidenciou, portanto, um enfraquecimento do partido governista, sendo a mais apertada em Angola desde o acordo de paz que há 20 anos pôs fim à guerra civil entre as duas forças, que se seguiu à independência de Portugal.
No poder há quase cinco décadas, a MPLA tem enfrentado críticas sobre os altos níveis de pobreza e desemprego no país. O presidente João Lourenço, ex-ministro da Defesa, assumiu em 2017 e acirrou o controle sobre o partido, com investigações anticorrupção contra os filhos do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que governou de 1979 a 2017, e contra outros líderes do MPLA.
Dos Santos, que morreu em julho, na Espanha, foi acusado de desviar bilhões de dólares em proveito de familiares e pessoas próximas. Apesar disso, ele foi enterrado com honras de chefe de Estado em Luanda, no último domingo.
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