Pelo menos dez explosões foram registradas em uma base aérea russa na Crimeia , península anexada da Ucrânia em 2014, e analistas especulam se foi um acidente ou se tratou do maior ataque ucraniano à região desde o início do conflito. Até o momento, as autoridades em Kiev não se pronunciaram, enquanto Moscou tentou minimizar o incidente.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram uma coluna de fumaça nos arredores da base aérea de Novofedorivka, na região Leste da Crimeia, que é usada em algumas das operações de combate na guerra.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, citado pela RIA, as explosões ocorreram em um depósito de munições que estava fechado — o representante do governo disse que não há informações sobre mortos, feridos ou danos às aeronaves do local ou outras estruturas.
Autoridades da Crimeia também evitaram dar versões sobre as explosões.
"Até agora, só posso confirmar o fato de várias explosões na área de Novofedorovka. Peço a todos que aguardem relatórios oficiais e não produzam versões", escreveu Oleg Kryuchkov, conselheiro do governo local, no Telegram .
O chefe da administração regional, Sergei Aksyonov, disse que não há relatos de vítimas, corroborando o que disse o Ministério da Defesa.
"É muito cedo para falar sobre vítimas. Entre a população civil, ninguém ainda recorreu a instituições médicas para obter ajuda. Peço sinceramente que confiem apenas em informações oficiais", escreveu Aksyonov no Telegram.
Ele afirmou ainda que foi introduzido um bloqueio de 5 km ao redor da base aérea.
"O Ministério de Situações de Emergência monitora os incêndios. Há um aeródromo militar logo atrás. Equipes de ambulâncias e da aviação médica estão trabalhando no local, são suficientes", disse Aksenov no Telegram.
Até o momento, não há informações do lado ucraniano sobre o incidente: os principais veículos de imprensa do país sugerem, mesmo que indiretamente, que esse foi um ataque direto contra uma base militar russa usada para atacar a Ucrânia e que, caso seja confirmado, seria um dos maiores contra posições de Moscou desde o início do conflito.
Nas redes sociais, analistas especulam que, caso não tenha sido um acidente, esse também seria um sinal de que as armas fornecidas pelo Ocidente estão fazendo a diferença no campo de batalha. Contudo, eles reconhecem que um ataque do tipo poderia provocar uma reação de alto impacto por parte da Rússia, potencialmente contra áreas como Kiev.
No dia 31 de julho, um drone ucraniano deixou cinco pessoas feridas na base da Esquadra do Mar Negro russa, em Sebastopol, levando ao cancelamento dos festejos do Dia da Marinha.
“Na manhã de hoje [31 de julho], nacionalistas ucranianos decidiram atrapalhar o Dia da Marinha da Rússia”, escreveu Mikhail Razvozhayev, prefeito de Sebastopol, no Twitter.
Anexada em 2014, a Crimeia é uma das prioridades do governo de Vladimir Putin , e por vezes apontada como símbolo da “Rússia forte” no mundo. Desde a anexação, a área passou a ser inundada por bilionários investimentos em infraestrutura e pela intensificação da presença do Estado russo, que passou a controlar bases militares anteriormente comandadas por Kiev e a moldar a administração local, de modo a refletir as posições do Kremlin.
Contudo, mais de oito anos depois, o governo ucraniano ainda busca retornar a península ao seu território — em declarações recorrentes, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que seu objetivo é fazer com que o país tenha as mesmas fronteiras de 1991, ano da independência em relação à União Soviética, o que inclui a Crimeia .
— Com informações de agências internacionais
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