A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, em Congresso dos EUA em Gana
Divulgação/U.S. Embassy Ghana - 28.07.2019
A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, em Congresso dos EUA em Gana

Uma visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan seria "pura provocação", afirmou o Kremlin nesta terça-feira, ao reiterar a "solidariedade absoluta" da Rússia à China.

"Tudo o que está relacionado com esta viagem e uma possível visita a Taiwan é pura provocação. Isso agrava a situação na região e aumenta as tensões", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Queremos destacar mais uma vez que somos absolutamente solidários com a China."

A China considera Taiwan parte de seu território e alertou que uma visita de Pelosi seria considerada uma grave provocação, reafirmando que Washington “pagará o preço” caso isso ocorra.

Poucas horas antes, a Rússia acusou Washington de "desestabilizar o mundo" e provocar tensões a respeito de Taiwan. “Washington desestabiliza o mundo. Nem um único conflito solucionado nas últimas décadas, mas muitos provocados", afirmou no Telegram a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

A declaração pretende rebater as acusações do governo americano contra a Rússia, de provocar uma desestabilização com a ofensiva militar na Ucrânia, e foi divulgada após as advertências da China contra uma visita de Pelosi a Taiwan.

Pelosi iniciou uma viagem por vários países asiáticos, que já a levou a Cingapura e Malásia, de onde partiu nesta terça às 15h42 (horário local), de acordo com o site de rastreamento Flightradar24. O itinerário inclui ainda escalas na Coreia do Sul e Japão, mas a perspectiva de uma visita a Taiwan chama a atenção.

A expectativa é de que Pelosi chegue a Taipé por volta das 22h20 (horário local) e se encontre com a presidente Tsai Ing-wen na quarta-feira, segundo a mídia taiwanesa, apesar das repetidas advertências de Pequim.

A aproximação entre a Rússia e a China aumentou com a crise que levou à invasão da Ucrânia, que Moscou atribui à expansão da Otan, a aliança militar ocidental, para perto de suas fronteiras, e à perspectiva de que a ex-república soviética entrasse no bloco de defesa liderado pelos EUA.

Mesmo sem apoiar militarmente a Rússia na guerra na Ucrania, a China endossa o argumento de Moscou quanto à violação de linhas vermelhas por Washington, e nesse sentido há um paralelo com Taiwan, que Pequim considera uma "província rebelde" desde que os nacionalistas se refugiaram na ilha depois de sua derrota na guerra civil, em 1949.

Em fevereiro, Moscou anunciou uma parceria “sem limites” com Pequim, contra a expansão da Otan, a formação de blocos de segurança na região da Ásia-Pacífico, a “interferência em assuntos internos de países soberanos” e contra “revoluções coloridas”, termo usado pela Rússia para classificar movimentos políticos apoiados pelo Ocidente nos países que inclui em sua área de influência.

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*(com informações de agências internacionais)

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