Tiroteio em Illinois nesta tarde de 4 de julho de 2022
Reprodução: Redes Sociais
Tiroteio em Illinois nesta tarde de 4 de julho de 2022

Os cinco maiores fabricantes de armas dos EUA faturaram mais de 1 bilhão de dólares (R$ 5,29 bilhões) na última década com a venda de fuzis de assalto, disse uma congressista na quarta-feira, no início de uma audiência sobre posse de armas.

Segundo Carolyn Maloney, que preside o Comitê de Supervisão da Câmara, os fuzis semiautomáticos do tipo AR-15, que são "armas extremamente mortais projetadas para matar soldados inimigos no campo de batalha", vêm sendo usadas para outros fins.

"A indústria inundou nossos bairros, nossas escolas, até nossas igrejas e sinagogas com essas armas mortais e ficou rica fazendo isso", acrescentou a democrata.

Maloney também enfatizou os lucros obtidos por meio de "táticas de marketing perigosas" visando "as inseguranças dos jovens". Segundo a deputada, a empresa Ruger faturou mais de US$ 100 milhões com as vendas desse tipo de fuzil em 2021, o dobro de 2020, e a Daniel Defense triplicou seus lucros com essas armas entre 2019 e 2021.

Os diretores de ambas as empresas, que testemunharam por videoconferência, denunciaram o derramamento de sangue cometido com suas armas, mas negaram ter qualquer responsabilidade no assunto.

"A resposta do nosso país não deve ser ao tipo de armas, mas ao tipo de pessoas que podem cometer essa carnificina", afirmou Marty Daniel, CEO da Daniel Defense, cujo modelo foi usado pelo atirador que matou 21 pessoas em uma escola do Texas em maio.

"Estou profundamente chocado com esse ato horrível cometido por uma pessoa má. Mas temo que o objetivo desta comissão seja culpar os mais de 24 milhões de fuzis esportivos em circulação, que estão implicados em apenas 4% dos homicídios com armas de fogo em 2019", afirmou o CEO.

O presidente da Ruger, Christopher Killoy, concluiu afirmando que as armas são “objetos inanimados". Sua empresa é a maior fabricante de fuzis de assalto nos Estados Unidos e gera 2.000 empregos "bem remunerados", segundo Killoy.
A audiência ocorreu na semana em a Câmara deve votar a proibição de fuzis de assalto. O projeto de lei, apoiado pelo presidente Joe Biden, não deve ser aprovado no Senado, onde exigiria o apoio de 10 republicanos que apoiam o direito dos americanos de portar armas.

Em 1994, o Congresso aprovou uma lei com duração de anos que proibia fuzis de assalto, projetados para matar o maior número possível de pessoas, e certos pentes de alta capacidade. A lei expirou em 2004 e desde então as vendas dispararam, especialmente entre os jovens.

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