Destruição na cidade de Severodonetsk
Ansa
Destruição na cidade de Severodonetsk

Após semanas de duros combates, a cidade de Severodonetsk foi "totalmente ocupada" pelo Exército russo, anunciou no sábado o prefeito Oleksandre Striuk. A conquista da importante cidade, na bacia do Donbas, abre caminho para que o Kremlin amplie seu domínio na região, que compreende os territórios de Donetsk e Luhansk, uma das vitórias mais cruciais para o presidente Vladimir Putin desde que a invasão começou, há quatro meses.

Os separatistas pró-Rússia anunciaram, pouco antes, a tomada da fábrica de produtos químicos Azot e a retirada de 800 civis que se refugiaram lá. Na noite de sexta-feira, o governador Serhiy Gaidai já havia anunciado que forças ucranianas iriam deixar a área, epicentro mais recente do conflito com os russos.

A conquista da cidade, na margem leste do rio Donetsk, permitirá aos russos concentrarem seus esforços na tomada da cidade vizinha, Lysychansk, que fica do outro lado do rio e é a última sob controle ucraniano em Luhansk. Inicialmente fora da lista de prioridades russas após a invasão iniciada no dia 24 de fevereiro, as cidades voltaram a serem lembradas após a mudança nos planos de Moscou, no final de março.

A situação é sombria para os habitantes que decidiram ficar. Liliya Nesterenko explica que sua casa não tem gás, água e eletricidade, então ela cozinha com sua mãe em uma fogueira. No entanto, o homem de 39 anos está otimista.

"Acredito em nosso Exército ucraniano, eles devem ser capazes de enfrentar [os russos]", disse à AFP.

Em vez de grandes e frustradas ofensivas ao redor de Kiev, os esforços foram concentrados no Leste do país, onde milícias separatistas pró-Moscou já atuavam desde 2014. A partir de março, partes consideráveis de Donetsk e Luhansk passaram para o controle russo, incluindo Mariupol, um dos principais terminais portuários do litoral ucraniano e que agora integra um corredor que liga o território russo até a Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Fundada em 1938, a cidade industrial de Severodonetsk tem como um dos pilares de sua economia uma das maiores unidades de produção de amônia da Ucrânia, responsável também por fornecer produtos como fertilizantes. Cerca de 120 mil pessoas viviam lá até o início da guerra entre o Exército ucraniano e os separatistas, em 2014, desencadeada pela ascensão em Kiev de um governo pró-Ocidente e pelas tentativas russas de interferir no país.

Severodonetsk chegou a ser controlada pelas milícias pró-Moscou que conquistaram boa parte de Luhansk e que chegaram a impedir a realização das eleições presidenciais, em maio de 2014. Semanas depois, contudo, as forças pró-Kiev recuperaram o controle e estabeleceram ali a nova sede do governo regional.

Mais cedo, a região fronteiriça de Chernihiv foi alvo de "bombardeamentos intensos" disparados a partir do território da Bielorrússia, aliada da Rússia. Apesar de não estar envolvida diretamente no conflito com a Ucrânia, a Bielorrússia forneceu apoio logístico às tropas de Moscou, especialmente nas primeiras semanas da ofensiva russa, que começou no fim de fevereiro.

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