Uma fonte próxima à investigação da morte de Kasia Gallanio, ex-princesa do Catar encontrada morta em sua casa na Espanha em 29 de maio , disse ao jornal britânico Daily Mail que pode ser "impossível" determinar as circunstâncias do que aconteceu em seus últimos momentos de vida. Com base na apuração inicial do caso, as autoridades acreditam que Gallanio tenha sofrido uma overdose.
"Se a morte dela for resultado de uma reação adversa a um medicamento, ou a um medicamento misturado com álcool, será muito difícil e possivelmente impossível determinar se foi acidental ou voluntária", disse.
A morte de Gallanio ocorreu em meio a uma longa batalha judicial, que já dura 10 anos, contra seu ex-marido, Abdelaziz bin Khalifa Al-Thani, tio do emir do Catar . Nas redes sociais, ela fazia posts com críticas ao príncipe, a quem acusava de ser violento, ciumento e de ter abusado de uma das três filhas do casal. O ex-marido foi exilado em Paris após um golpe liderado por seu meio-irmão Hamad bin Khalifa Al Thani em 1995. A advogada francesa de Gallanio, Sabrina Boesch, disse ao jornal francês Le Parisien que sua cliente ficou “devastada” pelos processos pela guarda.
"Acho que, acima de tudo, ela morreu de luto", afirmou Boesch.
'Vou dormir', a última mensagem ao namorado
Namorado de Gallanio, Bruce Baps relatou que a cobertura dela foi roubada dois meses antes de sua morte. Baps disse que ela foi ferida naquela ocasião e passou a temer que algo a mais acontecesse. Segundo ele, a última mensagem que a namorada lhe enviou foi apenas um aviso: “Vou dormir”. Ele então disse que não se preocupou num primeiro momento, mas que passou a ficar nervoso depois de ver que ela não lhe respondeu mais nos próximos dias.
A boliviana Teodora Poma, de 43 anos, que trabalhava para Gallanio, a descreveu como uma "pessoa muito adorável, muito amorosa e uma verdadeira lutadora por suas filhas".
"Ela sempre dizia que queria estar com as filhas e as amava muito. Mas porque as meninas estavam com o pai, ela não podia vê-las por longos períodos", contou Poma.
Advogados espanhóis que atuam pelas filhas de Gallanio disseram que “especulações infundadas” sobre as causas de sua morte causam trauma à sua família.
"Com o maior respeito ao direito à liberdade de informação, mas para preservar sua memória, este comunicado de imprensa pretende registrar que qualquer publicação não verificada sobre as circunstâncias da morte da senhora Galliano dará origem ao exercício imediato de todas as ações legais na forma mais contundente. Solicitamos que a Administração da Justiça seja autorizada a realizar seu trabalho, evitando especulações infundadas que não são apenas na esfera da responsabilidade criminal, mas também afetam gravemente sua família e entes queridos", afirmou o escritório de advocacia num comunicado.
O corpo de Gallanio foi encontrado depois que uma de suas três filhas alertou à polícia espanhola que não conseguia entrar em contato com sua mãe havia dias. Fontes policiais confirmaram que o porteiro do complexo de apartamentos Playas del Duque, em Puerto Banús, permitiu que vários agentes entrassem na casa às 8h do último domingo. Quando os agentes chegaram, encontraram a mulher morta na cama sem sinais de violência.
Na ausência da autópsia, uma das hipóteses que os pesquisadores estão considerando é que a morte possa ter ocorrido após o consumo de alguma substância, segundo o Le Parisien.
Gallanio denunciou ex-marido de abusar sexualmente de uma das filhas
Natural de Los Angeles, nos EUA, a ex-princesa do Catar denunciou seu ex-marido por violência sexual contra a filha mais velha, que teria sofrido abusos entre os 9 e os 15 anos. Abdelaziz bin Khalifa Al-Thani, que tem 73 anos atualmente, nega as acusações. Segundo o jornal Le Parisien, o sistema de justiça da França havia recentemente indeferido os pedidos de Gallanio enquanto aguardava um teste psicológico pericial feito por ela.
No início deste ano, ela havia compartilhado uma reportagem na qual as filhas deram um depoimento ao Le Parisien, elogiando a coragem delas de falarem sobre o caso. Uma delas denunciou ter sido vítima de agressão sexual por parte do pai quando tinha entre 9 e 15 anos.
"Estou tão orgulhosa das minhas meninas por terem a coragem de falar diretamente com a imprensa. E serem corajosas para inspirar crianças que estão na mesma situação", celebrou a mãe.
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