Navio russo participa de manobras navais no Mar Báltico
Ministério da Defesa da Federação Russa
Navio russo participa de manobras navais no Mar Báltico

Navios da Marinha russa participaram de exercícios militares no Mar Báltico, em um momento complexo na guerra na Ucrânia, e pouco depois de duas nações da região, Suécia e Finlândia, anunciarem seus planos de entrarem para a Otan, a principal aliança militar do Ocidente, que também realiza suas manobras na área.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, as manobras, chamadas de “Seaborne-Assault 2022”, reúnem 60 navios de guerra, barcos e embarcações de apoio, 40 aeronaves e elementos de forças terrestres e especiais.

Os objetivos, aponta o ministério, “são aumentar o nível de prontidão e habilidade dos órgãos militares de comando e controle da Frota do Báltico”, assim como incrementar a interação das tripulações e do pessoal de terra. Os exercícios serão realizados até o dia 19 de junho, em áreas próximas do enclave de Kaliningrado, localizado entre Polônia e Lituânia.

As manobras acontecem no mesmo momento em que a Otan realiza suas manobras anuais no Báltico, este ano em parceria com Finlândia e Suécia, duas nações hoje oficialmente neutras, mas que deram início ao processo de adesão à aliança no mês passado. A mudança de posição está, afirmam Helsinque e Estocolmo, diretamente ligada à invasão russa da Ucrânia e às novas configurações de segurança na Europa.

Contudo, Putin não parece ter ficado incomodado, ao menos publicamente, com a potencial entrada dos dois países na Otan, incluindo do vizinho com quem compartilha 1.340 km de fronteira, a Finlândia — apesar de prometer reações, ele afirmou que a Rússia "não tem problemas" com as duas nações. Já a potencial adesão da Ucrânia à aliança liderada pelos EUA foi apontada pelo Kremlin como um dos motivos para a invasão, iniciada no final de fevereiro.

Até o momento, não há data para que o processo de entrada seja concluído, uma vez que a Turquia, membro desde os anos 1950, apresentou objeções, ligadas a disputas diretas com os dois países, em uma ação que analistas veem como uma tentativa de Ancara de obter concessões, como o fim de um embargo sobre a venda de determinadas armas.
No caso das manobras da Otan, chamadas de “Baltops-22”, estarão presentes representantes de 16 nações, com 45 embarcações, 75 aeronaves e sete mil militares.

"É importante para nós, os EUA e outros países da Otan, mostrar solidariedade à Finlândia e à Suécia neste exercício", declarou a jornalistas o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley, no sábado, antes do início das manobras.

Apesar de oficialmente não estarem relacionados, os exercícios não deixam de ser uma forma de os dois lados demonstrarem forças em uma região estratégica da Europa, o Mar Báltico, essencial para o transporte e comércio de bens de nações escandinavas, bálticas e da própria Rússia, através do porto de São Petersburgo.

Elas acontecem ainda em um momento tenso na guerra da Ucrânia, com a Rússia intensificando seus ataques no Leste do país, e com governos ocidentais prometendo enviar novas e mais potentes armas para Kiev. Segundo estimativas do presidente Volodymyr Zelensky, os russos controlam cerca de 20% do território do país.

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