Um relatório de inteligência dos Estados Unidos revelou nesta quinta-feira (2) que o presidente da Rússia, Vladimir Putin , foi submetido a um tratamento contra um câncer avançado em abril.
A informação foi divulgada pela revista Newsweek, citando três autoridades de alto escalão, que estão preocupadas com um Putin cada vez mais "paranoico" com seu poder, um status que contribui para um conflito imprevisível na Ucrânia.
As autoridades dos EUA - um do escritório de Inteligência Nacional, um oficial sênior aposentado da Força Aérea e um da Agência de Inteligência de Defesa - alertaram ainda que o crescente isolamento do líder russo torna mais difícil para fornecer uma avaliação precisa da saúde física e mental de Putin.
"Putin está definitivamente doente... Se ele vai morrer em breve é mera especulação. Ele ainda é perigoso, e o caos está à frente se ele morrer. Precisamos nos concentrar nisso. Estarmos prontos", disse o líder de inteligência nacional.
Segundo as fontes, Putin também sofreu uma tentativa de assassinato em março passado. "O controle de Putin é forte, mas não é mais absoluto", acrescentou um dos altos oficiais de inteligência, reforçando que "a disputa dentro do Kremlin nunca foi tão intensa durante seu governo, todos sentindo que o fim está próximo".
Para o líder da Inteligência Nacional, Putin está cada vez mais paranoico com seu poder e "o que sabemos é que há um iceberg lá fora, embora coberto de neblina".
"Putin estar doente ou morrer é bom para o mundo, não apenas por causa do futuro da Rússia ou do fim da guerra na Ucrânia, mas por diminuir a ameaça de uma guerra nuclear por um homem louco", acrescentou.
De acordo com ele, "um Putin enfraquecido —um líder obviamente em declínio, não um no topo de seu jogo —tem menos influência sobre seus conselheiros e subordinados, digamos, se ele ordenar o uso de armas nucleares".
Os Estados Unidos têm monitorado as aparições públicas do presidente russo. Em 7 de fevereiro, Putin se reuniu com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, apenas duas semanas antes da invasão à Ucrânia.
Para a inteligência americana, a longa mesa e o comportamento de Putin com Macron tornaram-se uma linha de base para medir o declínio do líder russo, principalmente porque "não houve aperto de mão, nem abraço caloroso".
Já em 21 de abril, Putin apareceu ao lado do ministro da Defesa, Sergey Shoigu. Os especialistas informam que chamou atenção a postura do líder russo, que passou um período afastado das câmeras. Na ocasião, Putin aparece curvado e segurando a mesa com a mão direita.
"Alguns observadores sugeriram que o líder russo tinha a doença de Parkinson. Outros insistiam que [ a postura rígida] era resultado de um treinamento com armas da KGB", organização de serviços secretos da União Soviética, explicou o texto, acrescentando que o consenso da inteligência americana "era de que Putin estava doente e provavelmente morrendo".
Em 9 de maio, na aparição do "Dia da Vitória", Putin estava visivelmente inchado e com a postura caída. "A saúde de Putin e sua incapacidade (ou relutância) de declarar vitória na Ucrânia andavam juntas. A comunidade de inteligência dos EUA concordou que sua situação era mais grave do que se pensava anteriormente, e sua exaustão física foi acompanhada pela exaustão da própria Rússia", explica a revista.
Três dias depois, o chefe de inteligência da Ucrânia, major-general Kyrylo Budanov, disse à emissora britânica Sky News que Putin estava em "condições psicológicas e físicas muito ruins e está muito doente".
Segundo ele, havia planos dentro do Kremlin para derrubar o líder russo. Na ocasião, as autoridades de Moscou haviam descoberto uma conspiração para assassinar Putin.
Recentemente, um relatório de inteligência do Pentágono e da Ucrânia, citados pela imprensa internacional, já havia informado que Putin estava com câncer terminal. No entanto, nenhuma especulação foi confirmada.
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