O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu desculpas às equipes de segurança e limpeza de Downing Street nesta quinta-feira, um depois depois da divulgação de um relatório com as conclusões de uma investigação sobre o ‘partygate’, o escândalo das festas durante a quarentena de Covid-19.
Apesar das duras conclusões do relatório interno apresentado na quarta-feira pela alta funcionária civil Sue Gray sobre a violação das regras de quarentena pela equipe dos escritórios do chefe de governo, Boris descartou uma renúncia. Ele disse assumir "toda a responsabilidade por tudo o que aconteceu", mas defendeu que o seu dever é "avançar" com o seu trabalho.
Em seu relatório, Gray contou, entre outros fatos, que os faxineiros de Downing Street tiveram que limpar vinho derramado, que pelo menos um participante do evento vomitou e que houve uma briga entre duas pessoas durante uma festa em junho de 2020, marcada pelo "excesso de bebida de alguns indivíduos".
Gray citou "vários exemplos de desrespeito e maus-tratos" por parte dos presentes em relação ao pessoal de limpeza e segurança.
Boris "pediu desculpas a vários membros da equipe na quarta e discutiu isso com outros na manhã desta quinta. Ele ficou horrorizado com o comportamento", disse seu porta-voz.
As regras de Downing Street foram alteradas para proibir o consumo de álcool em escritórios, exceto em recepções com convidados de fora, disse ele.
Apoio perdido entre conservadores
Um dia após a publicação do relatório, os parlamentares conservadores John Baron, David Simmonds e Stephen Hammond disseram que não podiam mais apoiar o primeiro-ministro.
Suas vozes se juntam a uma lista crescente de parlamentares conservadores que pediram a renúncia de Boris, apesar das repetidas desculpas do primeiro-ministro. A mudança de posição, porém, ainda não é suficiente para provocar um voto de confiança.
Baron, eleito pela primeira vez em 2001, disse que retirava seu apoio porque acreditava que Boris havia "conscientemente" enganado o Parlamento, uma acusação que o primeiro-ministro nega, mas que está sendo investigada por um comitê parlamentar.
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*Com informações de agências internacionais