Terminou sem acordo a missão diplomática enviada por Finlândia e Suécia para garantir o apoio da Turquia à adesão dos dois países escandinavos à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Após a conclusão da rodada de conversas em Ancara nesta quarta-feira (25), Ibrahim Kalin, porta-voz do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que os três lados não conseguiram chegar a um consenso, mas destacou que o diálogo "vai continuar".
De acordo com Kalin, a Turquia pede o fim do apoio de Finlândia e Suécia a grupos "terroristas" para endossar a candidatura dos dois países à Otan.
Ancara acusa Helsinque e Estocolmo de dar refúgio a militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), movimento que luta pela criação de um Estado curdo e que é considerado uma organização terrorista pelo governo turco.
"Não enviamos dinheiro a organizações terroristas, obviamente, nem armas", afirmou a premiê sueca, Magdalena Andersson, durante uma coletiva de imprensa em Estocolmo nesta quarta-feira.
Além disso, uma fonte de dentro da aliança euro-atlântica contou à ANSA que a ameaça de veto da Turquia incomodou os Estados Unidos, principal financiador da organização militar.
"Se a estratégia é a de obter concessões dos EUA e de outros aliados, estão alcançando o efeito contrário", afirmou.
Finlândia e Suécia mantinham uma histórica política de neutralidade militar entre o Ocidente e Moscou, porém abandonaram essa estratégia depois da invasão russa à Ucrânia, que não faz parte da Otan.
As duas nações escandinavas devem participar da próxima reunião da aliança, em Madri, no fim de junho, mesmo com o processo de adesão ainda em andamento.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já disse que não considera a entrada de Finlândia e Suécia na Otan como uma "ameaça", porém alertou que a resposta de Moscou dependerá da presença militar da organização nos dois países.
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