O partido governista da Suécia afirmou neste domingo (15) que apoia a candidatura do país a membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), pavimentando o caminho para a adesão de Estocolmo à aliança ocidental.
Dono da maior bancada no Parlamento, o Partido Social-Democrata, da premiê Magdalena Andersson, sempre foi contra a entrada da Suécia na Otan, mas mudou de ideia após a invasão russa à Ucrânia e o anúncio da candidatura da vizinha Finlândia .
No entanto, a legenda prometeu trabalhar para "garantir que a Suécia, se a candidatura for aprovada, expresse reservas unilaterais contra armas nucleares e bases permanentes em seu território".
Finlândia e Suécia são integrantes da União Europeia, mas historicamente mantiveram uma posição de neutralidade entre a Otan e a Rússia. No entanto, a invasão à Ucrânia, motivada pela crescente aproximação de Kiev com o Ocidente, fez os dois países repensarem seu status, principalmente a Finlândia.
O presidente finlandês, Sauli Niinisto, e a premiê Sanna Marin confirmaram neste domingo que o país vai pedir sua adesão à Otan nos próximos dias para fazer frente à "ameaça nuclear" de Moscou.
"Quando olhamos para a Rússia, vemos um país muito diferente daquele de alguns meses atrás. Tudo mudou quando a Rússia atacou a Ucrânia, e acho que não podemos mais acreditar em um futuro de paz ao lado da Rússia ficando sozinhos", disse Marin.
A Suécia vinha se mostrando mais reticente, porém, no caso de uma adesão de Helsinque, se tornaria o único país do Mar Báltico fora da Otan.
As duas nações escandinavas não devem ter dificuldades para entrar na aliança, apesar da oposição da Turquia, que as acusa de dar refúgio a "terroristas" curdos. "A Finlândia e a Suécia precisam parar de dar apoio aos terroristas do PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão]", afirmou neste domingo o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, após uma reunião da Otan em Berlim, Alemanha.
No entanto, o chanceler da Itália, Luigi Di Maio, garantiu que há um "consenso muito amplo de todos os países sobre a adesão de Finlândia e Suécia". "Inclusive a Turquia está de acordo em princípio. Ancara só está tentando negociar algumas garantias", explicou.
Por sua vez, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse estar confiante de que a aliança vai chegar a um acordo com a Turquia e ainda prometeu garantias de segurança para Helsinque e Estocolmo durante o período de candidatura.
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