A Rússia suspendeu o fornecimento de eletricidade para a Finlândia neste sábado (14). A informação foi confirmada pela operadora de energia finlandesa. A medida é vista como uma retaliação após o país oficializar a intenção ingressar na Otan
, aproximando militares do Ocidente da fronteira russa.
"(As exportações) estão zeradas atualmente, desde a meia-noite, como anunciado", disse à AFP Timo Kaukonen, responsável pelas operações da Fingrid.
Na noite de sexta-feira (13), a operadora RAO Nordic, subsidiária com sede em Helsinque do grupo estatal de eletricidade russo InterRAO, anunciou que suspenderia a entrega de energia, mas citou como justificativa problemas com pagamentos. A Finlândia informou que a Rússia fornece apenas uma pequena porcentagem da eletricidade do país, que pode ser substituída por fontes alternativas.
A decisão do governo nórdico de abandonar a neutralidade militar que manteve durante a Guerra Fria constitui uma das maiores mudanças na segurança europeia em décadas. Há expectativa de que a Suécia vá seguir os passos da Finlândia nos próximos dias.
A mudança anunciada na quinta-feira (12) ocorreu enquanto a guerra da Rússia na Ucrânia aproxima-se de outro ponto de inflexão, com as forças ucranianas repelindo as tropas russas da região em torno de Kharkiv, a segunda maior cidade do país, em seu avanço mais rápido desde que forçou a retirada da Rússia dos arredores da capital e do Nordeste, há mais de um mês.
Posição da Turquia
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, manifestou-se contra a adesão de Finlândia e Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em uma declaração que pode dificultar a entrada dos dois países na aliança militar. A Turquia tem apoiado oficialmente a expansão da Otan desde que aderiu à aliança, há 70 anos. Qualquer decisão sobre a ampliação da organização exige apoio unânime dos seus membros.
Nesta sexta-feira, em conversa com repórteres em Istambul, Erdogan citou preocupações com atividades em ambos os países de apoiadores de militantes curdos separatistas que lutam por autonomia no Sudeste da Turquia há décadas. Ele acrescentou que foi um erro da Otan aceitar a Grécia como membro no passado.
Após a declaração, o ministro das Relações Exteriores finlandês, Pekka Haavisto, pediu "paciência" e acrescentou que se encontrará com seu colega turco em Berlim neste sábado.
* Com agências internacionais.
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