A polícia de Israel anunciou neste sábado (14) a abertura de uma investigação sobre a violência das forças de segurança durante o funeral da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh em Jerusalém , na última sexta-feira (13).
Durante a cerimônia, policiais agrediram pessoas que carregavam o caixão da repórter da Al Jazeera, fazendo com que o esquife quase caísse no chão, episódio que gerou condenações por parte da comunidade internacional.
"A Comissão de Polícia de Israel, em coordenação com o Ministério de Segurança Pública, ordenou uma investigação sobre o incidente", diz o comunicado da polícia.
Abu Akleh, de 51 anos de idade, foi assassinada durante uma operação do Exército israelense na Cisjordânia ocupada, na última quarta-feira (11). Já na sexta, o caixão da jornalista quase caiu no chão quando a polícia atacou um grupo de palestinos que o carregavam em Jerusalém Oriental.
Apesar do anúncio da investigação, a polícia de Israel culpou os próprios palestinos pela confusão.
"Infelizmente, centenas de desordeiros tentaram sabotar a cerimônia e atacar a polícia. Assim como com qualquer incidente operacional - e certamente com um incidente no qual os policiais estavam expostos à violência de desordeiros e no qual a força foi usada subsequentemente pelos policiais -, a polícia vai analisar os eventos ocorridos durante o funeral", diz um comunicado.
Na última sexta-feira, o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, disse ter ficado "chocado' com as cenas vistas durante o funeral de Abu Akleh e condenou o "uso desproporcional da força e o comportamento desrespeitoso da polícia israelense".
Já o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou ter ficado "profundamente perturbado pelas imagens da polícia de Israel invadindo a procissão fúnebre da jornalista palestino-americana Shireen Abu Akleh". "Toda família merece enterrar seus entes queridos de maneira digna e desimpedida", afirmou.
Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, cobrou o respeito aos direitos humanos fundamentais, incluindo a liberdade de expressão.
Ainda não está claro quem matou a jornalista: enquanto a Autoridade Nacional Palestina (ANP) culpa as forças de ocupação, o governo israelense atribuiu o assassinato a palestinos armados.
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