Destruição em Bucha, na Ucrânia
Reprodução: Twitter - 04/04/2022
Destruição em Bucha, na Ucrânia

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quinta-feira (12) uma resolução para investigar supostos crimes cometidos em  áreas da Ucrânia ocupadas pela Rússia entre fevereiro e março.

O texto recebeu 33 votos a favor e apenas dois contrários, além de 12 abstenções, evidenciando o isolamento de Moscou nos organismos internacionais. Apenas China e Eritreia rejeitaram a resolução - a Rússia tinha assento no conselho, mas se retirou após ter sido suspensa, no início de abril.

"Essas têm sido 10 semanas de puro horror para o povo do meu país. Torturas e desaparecimentos forçados, violência sexual e de gênero, a lista de crimes da Rússia é interminável. Apenas a solidariedade do mundo com o povo ucraniano pode derrotar esse mal puro", disse a vice-ministra das Relações Exteriores ucraniana, Emine Dzhaparova, em discurso em vídeo.

Em março passado, o Conselho de Direitos Humanos já havia aprovado uma comissão de inquérito para apurar supostos crimes da Rússia durante a invasão.

Já a resolução desta quinta determina que a investigação priorize "os eventos ocorridos nas regiões de Kiev, Chernihiv, Kharkiv e Sumy entre o fim de fevereiro e março".

Essas regiões chegaram a ser parcialmente ocupadas pela Rússia, mas foram libertadas a partir do fim de março, quando Moscou decidiu concentrar suas tropas na conquista do Donbass, área do leste da Ucrânia onde ficam os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk.

Desde então, as autoridades ucranianas já denunciaram diversos indícios de crimes de guerra e contra a humanidade em cidades como Borodyanka, Bucha e Irpin, onde foram encontrados corpos jogados nas ruas, cadáveres com sinais de tortura e valas comuns com dezenas de mortos.

"O alcance dos assassinatos, incluindo os indícios de execuções sumárias nas áreas ao norte de Kiev, é chocante", afirmou a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

A resolução também pede para o comitê reportar os avanços do inquérito em setembro e concluir seu relatório até março de 2023. A Rússia alega que a decisão do Conselho de Direitos Humanos é uma ação "política" para "demonizar" o país.

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