Uma semana após a prisão nos Estados Unidos do primeiro-ministro Andrew Fahie, de 51 anos, por tráfico de drogas , o governo das Ilhas Virgens Britânicas nomeou um substituto para o cargo. O vice do então premiê, Natalio Wheatley, vai assumir o posto.
Fahie foi preso em um aeroporto de Miami com o diretor administrativo da Autoridade Portuária do território, Oleanvine Maynard. O Departamento de Justiça dos EUA diz que Fahie concordou em ajudar a contrabandear cocaína pelo território em troca de uma parte dos lucros em reuniões gravadas com um informante da Drug Enforcement Administration (DEA). O advogado de Fahie indicou que pretende se declarar inocente das acusações quando se apresentar à Justiça americana.
Durante a cerimônia de posse, Wheatley disse que seu juramento representa uma "passo importante e necessário" para renovar a democracia e reformar as instituições das Ilhas Virgens Britânicas.
"É minha esperança que este dia seja lembrado como o dia em que começamos uma nova era de governança democrática" disse.
Investigação
A investigação contra Fahie, feita pelos EUA, começou no ano passado, após uma série de reuniões entre um informante do governo, que se passou por traficante de drogas, e um grupo de agentes libaneses do Hezbollah, que teriam conexões com os líderes do território caribenho.
Com a ajuda deles, o informante do governo americano se encontrou com o primeiro-ministro das Ilhas Virgens Britânicas e com o diretor dos portos do país com intuito de fornecer proteção para supostos carregamentos de cocaína colombiana, através das Ilhas Virgens Britânicas, para Miami, segundo as autoridades.
Em troca, o informante dos EUA, que alegou estar trabalhando para o cartel de Sinaloa (estado mexicano), prometeu pagar ao primeiro-ministro e ao diretor do porto US$ 700 mil no início e quantias milionárias depois, como parte das cargas de cocaína, tudo acertado em reuniões nas Ilhas Virgens Britânicas e em Miami, em março e abril deste ano, de acordo com os documentos Tribunal Federal de Miami.
O filho do diretor do porto das Ilhas Virgens Britânicas, Kadeem Maynard, também foi preso em outro local por suspeita de envolvimento com o caso. Todos os três réus são acusados de conspirar para importar mais de cinco quilos de cocaína para os Estados Unidos e de conspirar para cometer lavagem de dinheiro.
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