O governo de Israel informou nesta quinta-feira que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu desculpas pela declaração do ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, sugerindo que Adolf Hitler, líder da Alemanha nazista, "tinha sangue judeu". A fala causou revolta e chegou a ser classificada como "imperdoável" pelo governo israelense.
"O primeiro-ministro aceitou o pedido de desculpas do presidente Putin pelos comentários de Lavrov e agradeceu por esclarecer sua atitude em relação ao povo judeu e à memória do Holocausto", e divulgou a conta oficial de Naftali Bennett no Twitter.
Conforme as autoridades israelenses, na conversa de hoje, Naftali Bennett apresentou a Putin um pedido humanitário para que considere várias opções de evacuação do complexo siderúrgico Azovstal, último reduto de resistência de forças ucranianas em Mariupol, na Ucrânia.
"O pedido veio como resultado da conversa do primeiro-ministro Bennett ontem com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O presidente Putin prometeu permitir a evacuação de civis, incluindo civis feridos, através de um corredor humanitário da ONU e da Cruz Vermelha", informou o governo em comunicado, acrescentando que o presidente russo também parabenizou o país por ocasião do 74º Dia da Independência do Estado de Israel.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, Israel tenta manter um delicado equilíbrio entre Kiev e Moscou. Apesar de expressar reiteradamente apoio à Ucrânia, o governo inicialmente evitou criticar diretamente Moscou, um ator importante na Síria, e também adotar sanções formais contra oligarcas russos.
No mês passado, porém, o ministério da Relações Exteriores de Israel acusou a Rússia de cometer crimes de guerra na Ucrânia, e concordou em fornecer capacetes e coletes à prova de balas para os serviços de resgate da Ucrânia, sinalizando uma mudança em sua posição de fornecer tais equipamentos.
*Com informações de agências internacionais
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