Dairo 'Otoniel' Usuga
Reprodução Twitter
Dairo 'Otoniel' Usuga

O governo da Colômbia anunciou na noite desta quarta-feira que extratidou para os Estados Unidos o traficante mais procurado do país, Dairo Antonio Úsuga, também conhecido como "Otoniel", que foi capturado em outubro do ano passado. Os Estados Unidos chegaram a oferecer recompensa de US$ 5 milhões por informações que levassem à prisão o líder da facção criminosa Clã do Golfo.

Conforme o presidente Iván Duque, após cumprir pena pelos crimes pelos quais é acusado nos EUA, "Otoniel" deve voltar para a Colômbia e pagar pelos crimes que cometeu no país.

"Esta extradição mostra que ninguém está acima do Estado colombiano. O Estado de Direito estará sempre acima de qualquer criminoso. Para todos que fazem parte do Clã del Golfo: ou vocês se submetem às autoridades ou sofrerão o mesmo destino que o vulgo 'Otoniel'", escreveu Duque no Twitter.

Quando o criminoso foi capturado, Iván Duque classificou a prisão como o "golpe mais duro contra o narcotráfico neste século no nosso país”. Ele comparou a ação à morte de Pablo Escobar, chefe do Cartel de Medellín, em 1993.

Prisão

Cerca de 500 homens, apoiados por 22 helicópteros, foram mobilizados no município de Necoclí, no Noroeste do país, para executar a operação que terminou com a prisão do traficante. Conforme as autoridades locais, naquela época,  Úsuga "não chegava a ter residência fixa, dormindo ao relento sem se aproximar de residências".

A área onde ele foi capturado, próxima da fronteira com o Panamá, é um dos principais redutos das Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (AGC), também conhecidas como Clã do Golfo, grupo presente em quase 300 cidades do país, segundo o centro de estudos independente Indepaz.

O governo aponta as AGC, que se financiam principalmente com o narcotráfico, o garimpo ilegal e a extorsão, como uma dos responsáveis pela onda de violência que assola o país, a pior desde a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 2016.

Sem comida nem água

Ao ser preso, 'Otoniel' estava sozinho: seus dois comparsas o haviam abandonado. Escondido em um arbusto, não comia havia um dia e mal havia ingerido água. Como tem diabetes, usava um colchão ortopédico especial para dormir nos quintais onde passava as noites.

O objeto se tornou uma peça fundamental para confirmar a sua presença numa fazenda na Aldeia La Pita, em Turbo, no departamento (estado) de Antioquia, onde foi preso. Autoridades também identificaram movimentos de camponeses que transportavam alimentos para ele.

"Conseguimos nos infiltrar, chegando à hipótese de que seriam alimentos para Otoniel, especiais pela dieta que sua doença exige", disse ao jornal El Tiempo um inspetor da polícia.

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