Nesta sexta-feira (19), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório afirmando que mais de 3.000 migrantes morreram no mar em 2021 quando tentavam chegar ao continente europeu, o dobro do número registrado no ano anterior.
"Do total, 1.924 pessoas foram declaradas mortas ou desaparecidas nas rotas do Mediterrâneo central e ocidental, enquanto outras 1.153 morreram ou desapareceram na rota marítima do Noroeste da África para as ilhas Canárias" , declarou Shabia Mantoo, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
No ano de 2020, foram registradas 1.544 mortes em ambas as rotas.
"É alarmante que, desde o início do ano, outras 478 pessoas morreram ou desapareceram no mar" , afirmou Shabia.
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Segundo o Acnur, a pandemia de Covid-19 e o fechamento das fronteiras tiveram um impacto sobre os fluxos migratórios, pois muitos refugiados e migrantes recorreram a traficantes para tentar chegar à Europa.
A maioria das travessias marítimas é feita a bordo de botes infláveis superlotados e em péssimo estado de conservação. Muitas embarcações desinflam ou viram, o que provoca a morte dos passageiros.
"A viagem no mar a partir dos Estados costeiros do oeste da África, como Senegal e Mauritânia, para as ilhas Canárias é longa e perigosa, e pode durar até dez dias" , destacou a porta-voz do Acnur em Genebra. "Muitas embarcações ficaram à deriva ou desapareceram sem deixar rastros".
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