O Exército da África do Sul anunciou a mobilização de 10 mil soldados para ajudar nos esforços de socorro na província de KwaZulu-Natal, no Leste da África do Sul, onde 443 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra desde a última semana.
A Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF) informou que, além de transportar ajuda e realizar operações de limpeza, também forneceria apoio médico e helicópteros para missões de resgate e reconhecimento.
O Exército também colocará em serviço sistemas de purificação de água. Tendas serão instaladas para fornecer abrigo de emergência àqueles que ficaram sem teto.
Ainda há 63 pessoas desaparecidas após a catástrofe. No entanto, as chances de encontrar sobreviventes são consideradas mínimas. As equipes de resgate ainda estão em alerta "mas as operações de resgate terminaram. Agora é sobre busca e recuperação", disse à AFP Dave Steyn, coordenador de uma das equipes.
De acordo com o balanço das autoridades, mais de 4 mil casas foram destruídas, e 13.500, danificadas. Mais de 550 escolas e vários hospitais também foram afetados, e há áreas onde não é possível chegar pelo bloqueio de estradas e pelo desabamento de pontes.
"Serão necessários bilhões para reconstruir a província após este desastre", disse o primeiro-ministro de KwaZulu-Natal, Sihle Zikalala.
Uma primeira estimativa só para a reparação de infraestruturas rodoviárias chega a cerca de 5,6 bilhões de rands (R$ 1,7 bilhão). Um fundo de emergência do governo de um bilhão de rands (R$ 318 milhões) foi liberado.
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A maioria das vítimas se concentra nos arredores de Durban, uma cidade portuária de 3,5 milhões de habitantes de KwaZulu-Natal (KZN). Apesar de desde domingo a chuva ter dado uma pausa na região, milhares de pessoas perderam tudo depois que suas casas foram destruídas.
Desde a última segunda, muitas áreas na costa de Durban seguem sem água e eletricidade. Caminhões-tanque tentam distribuir água, mas há estradas bloqueadas e pontes derrubadas, dificultando o acesso das autoridades a alguns locais.
O prefeito da cidade, Philani Mavundlda, disse a repórteres que cerca de 80% da rede de distribuição de água potável está fora de serviço e as autoridades já alertaram que levará tempo para restabelecer o serviço.
Nas praias de Durban, geralmente lotadas de famílias e turistas, as águas quentes e azuis se transformaram em lama e detritos.
Na terça-feira está programado que as crianças retornem as aulas após o fim de semana prolongado da Páscoa, mas as autoridades já alertaram que pelo menos 270 mil delas não poderão ir a escola devido aos danos sofridos pelos locais.
Nações vizinhas como Madagascar ou Moçambique são regularmente atingidas por tempestades mortais, mas a África do Sul geralmente é poupada desses eventos climáticos extremos.
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