Enchentes e deslizamentos de terra que atingem a província de KwaZulu-Natal, no Leste da África do Sul, desde a semana passada, já mataram 443 pessoas. Autoridades locais atualizaram o número de vítimas neste domingo e estimam que o prejuízo com danos chegue a 10 bilhões de rands (R$ 3,2 bilhões na cotação atual).
A destruição já deixou mais de 40 mil de desabrigados ou desalojados, interrompeu a distribuição de energia e água e suspendeu as operações em um dos portos mais movimentados da África, o da cidade de Durban.
Equipes de resgate ainda procuram 63 desaparecidos e mais chuva é esperada para a região neste domingo. Em comunicado, o presidente Cyril Ramaphosa informou na noite de sábado que ele adiou a viagem de trabalho que faria à Arábia Saudita e vai concentrar seu trabalho no desastre e fará uma reunirá com ministros para avaliar a resposta à crise.
O número de chamadas de emergência relacionadas a inundações diminuiu em comparação com o início da semana passada, mas os serviços de emergência ainda estão em alerta máximo na manhã deste domingo segundo Robert McKenzie, coordenador de emergências em KwaZulu-Natal.
"Felizmente agora as águas da enchente baixaram e algumas estradas foram limpas. É muito mais fácil acessar as comunidades", disse à AFP.
Durban tem 3,5 milhões de habitantes. Normalmente, as praias da cidade estariam repletas de turistas no feriado da Páscoa.
Leia Também
Mudança climática
A costa Sudeste da África está na linha de frente dos sistemas climáticos marítimos que os cientistas acreditam estar piorando por causa do aquecimento global. Eles esperam que a situação piore muito nas próximas décadas.
O presidente Cyril Ramaphosa, que visitou a província na quarta-feira, descreveu o desastre como "uma catástrofe de enormes proporções", acrescentando que era "obviamente parte da mudança climática".
"Não podemos mais adiar o que precisamos fazer, as medidas que precisamos tomar para lidar com as mudanças climáticas. Nossa capacidade de gerenciamento de desastres precisa estar em um nível mais alto", disse Ramaphosa a uma multidão no município de Ntuzuma, em Durban, sem dar mais detalhes.
As inundações ocorreram enquanto a província se recupera dos dias de incêndios criminosos e saques no ano passado, nos quais mais de 300 pessoas morreram. Embora houvesse agitação em várias partes do país na época, KwaZulu-Natal foi a mais atingida.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram
e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.