Um ataque a tiros deixou pelo menos 29 feridos, dos quais 10 foram baleados — o restante inalou fumaça ou teve outros ferimentos — no metrô de Nova York, nos Estados Unidos, nesta terça-feira. Cinco vítimas estão em estado crítico, mas estável. O crime aconteceu na estação Rua 36, no bairro Sunset Park, na região do Brooklyn, por volta de 8h30, hora de maior movimento no transporte.
Na primeira entrevista coletiva sobre o caso, a polícia informou que a ocorrência não está sendo investigada como um ataque terrorista, mas ainda não sabe o que teria motivado o ato de violência. Investigadores estão procurando um suspeito que, segundo a polícia, fugiu do local. Ele foi identificado como um homem negro que usava máscara de gás, colete laranja e camisa verde escura — traje semelhante ao usado por trabalhadores da construção civil.
Segundo a polícia, o atirador havia dirigido uma van alugada da empresa U-Haul, que foi encontrada a oito quilômetros do local do ataque. As autoridades não divulgaram o nome do suspeito, mas um policial do alto escalão disse que o ataque parecia ter sido planejado e não mostrava sinais de ter resultado de algo espontâneo. O prefeito Eric Adams, um ex-policial, se recusou a revelar mais sobre a busca ao atirador para "garantir que não estamos informando a pessoa que estamos tentando localizar".
A polícia disse que a fumaça vista na estação foi provocada por uma bomba de fumaça, e não por um dispositivo explosivo. O autor do ataque lançou o artefato e começou a atirar de dentro de um vagão do metrô. Vídeos postados em redes sociais mostraram as pessoas fugindo de um vagão para a plataforma da Rua 36, enquanto a fumaça tomava conta do local.
Citando fontes policiais, a CNN disse que vários carregadores de alta capacidade foram encontrados na estação de metrô com a arma, que aparentemente emperrou. O modelo da arma não foi identificado.
O prefeito Adams afirmou que a busca pelo atirador estava sendo dificultada porque pelo menos uma câmera de segurança na estação de metrô Rua 36, que poderia ter capturado o ocorrido, não estava funcionando. Adams disse à rádio WCBS 880 que houve um "mau funcionamento com o sistema de câmeras naquela estação em particular". Tanto a polícia de Nova York como a Autoridade Metropolitana de Transporte disseram, segundo a Reuters, que não tinham informações sobre câmeras com defeito.
Após o ataque, a governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, aconselhou os nova-iorquinos a permanecerem “vigilantes e alertas”, dizendo que “esta é uma situação de atirador ativo agora na cidade de Nova York”.
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Uma passageira identificada com Claire disse ao New York Post que estava em um trem da linha N, com destino a Manhattan, quando testemunhou o ataque.
— Houve tantos disparos que perdi a conta — contou.
Patrick Berry, de 41 anos, disse que estava esperando na estação Rua 25 quando um trem da linha R chegou por volta das 8h30. Ele e sua filha de 3 anos embarcaram, mas o trem não se moveu.
— Então, de repente, da frente do trem, ouvi pessoas gritando: "Corra, corra, corra! Vá, vá, vá!". E então todas essas pessoas passaram correndo pelo nosso vagão, e eu me senti como, "Oh, meu Deus, isso é uma debandada" — disse Berry. — As pessoas começaram a empurrar por trás. Então eu peguei minha filha e nós corremos também.
O Departamento de Polícia isolou toda a área e pediu que moradores evitem a região. Dezenas de agentes estão no local. A circulação de trens nas linhas D, N e R foi afetada. Vinte e uma pessoas foram encaminhadas ao Hospital NYU Langone-Brooklyn, disse uma porta-voz do sistema hospitalar. Até o meio da tarde desta terça, dez pacientes haviam recebido alta, enquanto 11 permaneciam em condição estável.
Uma porta-voz do Centro Médico Maimonides, no Brooklyn, disse que cinco pessoas estavam sendo tratadas lá, duas delas com ferimentos de bala. Outro hospital no Brooklyn disse apenas que estava tratando três pacientes feridos no tiroteio.
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