A Prefeitura de Mariupol, na Ucrânia, denunciou nesta quarta-feira (6) que soldados russos instalaram crematórios móveis para se desfazer dos corpos dos civis mortos na cidade.
Citada pela agência "Unian", a prefeitura local afirmou que o objetivo das forças russas é encobrir os vestígios dos crimes de guerra cometidos contra os habitantes de Mariupol.
"Dezenas de milhares de civis de Mariupol podem ter sido mortos pelo exército russo e é por isso que Moscou não tem pressa em dar luz verde à missão da Turquia e outras iniciativas para resgatar e evacuar completamente a cidade", informou o comunicado divulgado pelo município.
Algumas testemunhas disseram que os russos recrutaram "terroristas locais" e de forças especiais de Donetsk para coletar e se desfazer dos corpos das vítimas. As autoridades de Mariupol alertaram que as forças de Moscou transformaram a cidade em um "campo de extermínio".
"Os russos transformaram Mariupol em um campo de extermínio. A analogia está ganhando cada vez mais terreno, não é mais como a Chechênia ou Aleppo: é a nova Auschwitz", alertou a prefeitura.
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A cidade ucraniana confirmou que publicou nos últimos dias a lista de "traidores", pessoas acusadas de ajudarem os russos a paralisar a cidade e criar uma catástrofe humanitária.
Apesar da alta quantidade de mortos no município, o chefe da equipe da Cruz Vermelha na Ucrânia, Pascal Hundt, revelou que pelo menos 500 civis foram escoltados e conseguiram deixar Mariupol.