Nesta terça-feira (29), após rodada de negociação de um cessar-fogo parcial entre Rússia e Ucrânia, a Anistia Internacional denunciou crimes de guerra e acusou as tropas russas de criarem “armadilhas mortais” no conflito.
Segundo a entidade de defesa dos direitos humanos, a guerra na Ucrânia se parece com a que ocorre na Síria — país que vive em conflito político há mais de 10 anos.
A secretária-geral da Anistia Internacional, Agnès Callamard, declarou que há ataques propositais contra infraestruturas civis e residenciais, além de bombardeios em escolas. Ela afirmou que a Rússia de proporciona corredores humanitários para transformá-los em “armadilhas mortais”.
Callamard comparou Mariupol, no leste da Ucrânia, com a cidade síria de Aleppo, destruída pelos conflitos do regime de Damasco, que tem apoio da Rússia.
A prefeitura de Mariupol, afirma que a invasão russa causou a morte de 5 mil civis. A região está isolada há mais de 20 dias. Na segunda (28), o prefeito da cidade ucraniana, Vadym Boichenko, afirmou que o Exército russo “prendeu” milhares de moradores na cidade sem energia e com poucos suprimentos.
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Segundo a prefeitura, 90% dos prédios foram danificados e 40% destruídos, incluindo hospitais, escolas, creches e fábricas. Cerca de 140 mil pessoas fugiram da cidade. “A situação continua difícil. As pessoas estão além da linha de catástrofe humanitária”, denunciou Boichenko.
Nas últimas semanas, a cidade portuária de Mariupol se tornou um dos principais alvos de ataques russos, por conta de sua posição estratégica. Segundo autoridades ucranianas, 100 mil pessoas estavam na região e não conseguiram fugir.
O conflito sírio
Considerada uma das guerras mais emblemáticas da história recente, o conflito civil na Síria acontece desde 2011, após o governo do presidente Bashar al Assad reprimir de maneira violenta uma série de manifestações, inclusive com uso de armas químicas.
Quatro facções sustentam a crise na Síria: os fiéis a Assad, uma série de grupos de oposição, as forças curdas e o Estado Islâmico. Ao todo, 5,6 milhões fugiram da guerra civil no país.
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