O presidente da Rússia, Vladimir Putin , discursou nesta sexta-feira (18) em um estádio lotado em Moscou e invocou até a Bíblia para justificar a invasão à Ucrânia.
O evento ocorreu por ocasião do oitavo aniversário da anexação da Crimeia e foi marcado por cânticos nacionalistas e pessoas exibindo a letra "Z", que passou a ser estampada em equipamentos das Forças Armadas russas e virou símbolo dos apoiadores da guerra.
Em pronunciamento de tom triunfalista, Putin disse ter salvado a Crimeia da "degradação e do abandono" e que a população da península "colocou um obstáculo ao nacionalismo e ao nazismo que continuam existindo no Donbass", região de maioria étnica russa no leste da Ucrânia que Moscou tenta conquistar.
"Foram vítimas de ataques aéreos [na Crimeia], e nós chamamos isso de genocídio. Evitar isso é o objetivo da nossa operação militar", acrescentou o presidente, em referência à invasão à Ucrânia.
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Segundo o mandatário, os soldados russos estão combatendo "lado a lado e, se for necessário, protegerão um ao outro como irmãos no campo de batalha". "Não existe amor maior do que dar a própria vida pelos verdadeiros amigos", disse Putin, parafraseando um versículo do Evangelho de João na Bíblia.
O regime conta com o apoio da Igreja Ortodoxa Russa, que se recusou a condenar a invasão e ainda culpou o Ocidente pela guerra. O presidente foi bastante aplaudido após seu discurso, enquanto a TV mostrava um público contente e festivo nas arquibancadas para tentar passar a imagem de um país orgulhoso com a invasão.
A Rússia exige a desmilitarização da Ucrânia, o compromisso de o país não entrar para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o reconhecimento da anexação da Crimeia e da soberania do Donbass.
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