Ataque russo a base militar na fronteira com Polônia deixa 35 mortos
Reprodução/Twitter
Ataque russo a base militar na fronteira com Polônia deixa 35 mortos

Um representante russo nas negociações com a Ucrânia disse neste domingo (13) que as duas partes fizeram progressos significativos e que é possível que as delegações possam chegar em breve a uma "posição conjunta", segundo a agência de notícias russa RIA. Também neste domingo, o negociador ucraniano e conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak afirmou que resultados podem ser alcançados em dias.

"Não vamos ceder em princípio em nenhuma posição. A Rússia agora entende isso. A Rússia já está começando a falar de forma construtiva. Acho que vamos alcançar alguns resultados literalmente em questão de dias", disse o negociador ucraniano em um vídeo postado online.

O representante russo Leonid Slutsky, chefe da Comissão de Assuntos Internacionais da Duma — a câmara baixa do Parlamento russo —, foi citado pela agência RIA afirmando que o estado das negociações é melhor do que quando elas começaram e que houve "progresso substancial".

"De acordo com minhas expectativas pessoais, esse progresso pode crescer nos próximos dias para uma posição conjunta de ambas as delegações, em documentos para assinatura", afirmou Slutsky.

Apesar de nenhum dos dois lados terem indicado qual seria o escopo de um eventual acordo, as declarações, que ocorreram basicamente ao mesmo tempo, são os balanços mais otimistas até agora das negociações, que ocorrem em paralelo à guerra.

Em entrevista coletiva no sábado (12), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já havia dito que há mudanças significativas nas negociações entre seu país e a Rússia, afirmando "estar feliz" por perceber "passos positivos" nas últimas conversas bilaterais.

"A Federação Russa nos deu ultimatos desde o início, que não aceitamos", disse Zelensky. "Agora, eles começaram a falar sobre alguma coisa, não apenas lançando ultimatos. É um enfoque fundamentalmente diferente".

Também neste domingo, a número dois da diplomacia americana disse que a Rússia está mostrando sinais de boa vontade para se engajar em negociações substanciais sobre a Ucrânia, apesar de apontar uma intenção de Moscou de "destruir" o país vizinho.

Subsecretária de Estado dos Estados Unidos, Wendy Sherman afirmou ao programa Fox News Sunday que os EUA estão exercendo "enorme pressão" sobre o presidente russo, Vladimir Putin, para que concorde com um cessar-fogo para permitir a criação de mais corredores humanitários que permitam a saída de civis das cidades cercadas.

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"Essa pressão está começando a surtir algum efeito. Estamos vendo alguns sinais de negociações sérias e reais. Mas devo dizer: até agora parece que Vladimir Putin tem a intenção de destruir a Ucrânia", disse Sherman.

À CNN, o conselheiro de Segurança Bacional da Casa Branca, Jake Sullivan, ecoou a alarmante avaliação do governo sobre as intenções de Putin: "Como as coisas estão agora, Vladimir Putin não parece estar preparado para parar o ataque".

Podolyak, o negociador da Ucrânia e conselheiro presidencial, disse também que Kiev está trabalhando com Israel e Turquia como mediadores para finalizar um local e uma estrutura para as negociações de paz com a Rússia.

"Quando estiver resolvido, haverá uma reunião. Acho que não demorará muito para chegarmos lá", disse ele em rede nacional.

Já Zelensky informou em um discurso em vídeo neste domingo que quase 125 mil pessoas foram retiradas por corredores humanitários de zonas de conflito na Ucrânia.

"Hoje, a principal tarefa é Mariupol", disse ele, acrescentando que um comboio de suprimentos humanitários estava agora a apenas 80 km da cidade portuária, que está sitiada pelas forças russas, com seus mais de 400 mil habitantes presos.

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