Nesta quinta-feira (10), durante sua visita à Polônia, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, condenou os ataques da Rússia à Ucrânia, os quais classificou de “atrocidades”. Kamala se reuniu com o presidente da Polônia, Andrzej Duda, em Varsóvia, no 15º dia de guerra na Ucrânia.
Outro destino de Kamala na passagem pela Europa é Bucareste, capital da Romênia. Os dois países têm sido os principais receptores de refugiados desde o início da invasão de tropas russas, em 24 de fevereiro. A viagem pode ser interpretada como um novo esforço dos EUA em manifestar apoio ao governo de Volodymyr Zelensky.
“Temos testemunhado há semanas atrocidades em uma proporção inimaginável” , disse Kamala, fazendo menção aos bombardeiros russos a uma maternidade na Ucrânia nessa quarta-feira (9/3), quando mulheres grávidas deram à luz no porão. A Rússia nega ataques e diz que é alvo de fake news.
O hospital, na cidade sitiada de Mariupol, foi atingido “várias vezes” por bombas russas. Uma delas “errou” o prédio por metros e deixou uma cratera de cerca de dois andares de profundidade, segundo as autoridades ucranianas.
O presidente da Polônia foi ainda mais enfático. Duda disse que há provas de crimes de guerra praticados pelos russos e afirmou que a Rússia será responsabilizada.
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Kamala disparou críticas ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e indicou consequências econômicas para o país.
A vice-presidente ainda declarou que "está mais do que claro" que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é mais forte e a Rússia é mais fraca pelo que fez. Segundo ela, os EUA vão defender “cada centímetro do território da Otan”, pois os princípios da aliança militar ocidental estão em jogo.
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Quando ambos foram questionados sobre o imbróglio envolvendo o envio de jatos militares para a Ucrânia, que causou uma pequena crise pública, Harris e Duda não responderam diretamente à questão e reforçaram apenas que enviaram US$ 240 milhões para a segurança do país.
"Quero destacar que EUA e Polônia nunca estiveram tão unidos. Estamos unidos no que fizemos até agora e estamos preparados para ajudar a Ucrânia e seu povo. Ponto final", disse aos jornalistas. Duda, por sua vez, disse que essa é uma "questão bastante complexa".
A questão envolvendo os caças MIG-29 começou após o secretário de Estado Antony Blinken dizer que está analisando uma proposta para a Polônia ceder seus jatos à Força Aérea ucraniana, mas que Varsóvia tinha resistência a isso. Para tentar resolver a questão, os poloneses ofereceram mandar os aviões para a base militar dos EUA na Alemanha, que aí enviariam para Kiev.
No entanto, o fornecimento desses jatos é bastante delicado porque poderia ser entendido pela Rússia como uma declaração de guerra, algo que a Otan não quer fazer para não ampliar o conflito. Essa é a mesma justificativa da Aliança de não decretar uma "no-fly zone" nos céus ucranianos.
Por outro lado, o governo de Kiev tem implorado para que os países enviem esses jatos para a defesa do país, que tem uma Força Aérea muito inferior a dos russos.
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