Joe Biden e Iván Duque
Reprodução/ montagem iG
Joe Biden e Iván Duque

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse a seu colega colombiano Iván Duque que pretende designar a Colômbia como um aliado preferencial extra-Otan, durante uma reunião na Casa Branca, nesta quinta-feira.

Com a designação oficial, o país, que já tem o status de “parceiro global” da aliança desde 2017, fortaleceria ainda mais sua associação bilateral e multilateral com Washington.

Além da Colômbia, Argentina e Brasil já tem o status na América Latina — no caso brasileiro, a designação foi concedida pelo então presidente Donald Trump, em 2019. Já a Argentina, tem a designação desde 1998. Fora da região, outros 14 países também têm o status de aliado preferencial extra-Otan.

A reunião entre Biden e Duque acontece dias após negociações entre altos funcionários dos EUA e representantes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em Caracas. O encontro levantou suspeitas na Colômbia, que tem relações tensas com a Venezuela, por sua vez o aliado mais próximo da Rússia na América do Sul.

"Em nossa conversa com o presidente Joe Biden buscamos trabalhar, como grandes e históricos aliados, para enfrentar os complexos desafios que surgem. Agradecemos que o presidente dos  EUA veja a Colômbia como seu principal aliado na América Latina", escreveu Duque, que deixa o cargo este ano, no Twitter.

Segundo Duque, a reunião tratou ainda de temas como segurança global e regional, migração, combate à crise climática e cuidados com a Covid-19.

De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, algumas das vantagens de ser um parceiro preferencial extra-Otan incluem a colaboração no desenvolvimento de tecnologias de defesa e o acesso privilegiado à indústria de defesa dos Estados Unidos.

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O status também prevê um aumento nos intercâmbios militares conjuntos, exercícios e treinamentos, assim como acesso especial a financiamento para equipamento militar.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte é uma aliança militar, liderada pelos Estados Unidos, que reúne hoje 30 países da região do Atlântico Norte, e foi um dos estopins para a invasão russa na Ucrânia.

Embora Kiev não faça parte da aliança, a ucrânia é considerada um "país parceiro" e expressou intenções de entrar no seleto grupo, irritando a Rússia. Os próprios europeus membros da aliança hesitam em aceitar a entrada dos ucranianos.

A aliança foi criada em 1949, durante a Guerra Fria entre os blocos capitalista e socialista, em oposição à antiga União Soviética, que comandava sua própria aliança militar, o Pacto de Varsóvia.  Inicialmente, foi firmada por 12 nações, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega e Portugal.

Quando a União Soviética acabou, em 1991, imaginou-se que a Otan tinha perdido sentido, já que não havia mais um bloco militar inimigo a ser dissuadido de atacar um dos membros da aliança. No entanto, a Otan continuou se ampliando, absorvendo países da Europa que pertenciam à antiga esfera soviética.  Desde então, 18 outros países se juntaram à organização. A Macedônia do Norte, nos Bálcãs, é o membro mais recente, ingressando em 2020.

Seu objetivo é “garantir a liberdade e a segurança de seus membros por meios políticos e militares”. Por enquanto, a entrada de um país na Otan segue governada pela Artigo 10 do tratado original de 1949, que limita os convites a Estados europeus, sujeitos a aprovação pelos países já integrantes da aliança militar e outros critérios.

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