O governo da China acusou nesta quarta-feira (9) os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de serem as "responsáveis" pela invasão da Rússia na Ucrânia, em ataque iniciado no dia 24 de fevereiro.
"A questão ucraniana é muito clara. Foram as ações da Otan, guiada pelos EUA, que gradualmente levaram até o conflito Rússia-Ucrânia. Ignorando as próprias responsabilidades, os EUA acusam a China por conta de sua posição sobre o caso e buscam margens de manobra na tentativa de suprimir a China e a Rússia para manter a própria hegemonia", disse um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
Em sua coletiva diária, o representante ainda afirmou que os norte-americanos "precisam levar a sério" seu país "para evitar minar os seus direitos e interesses na gestão da situação na Ucrânia e na ligação com a Rússia".
Zhao ainda acusou Washington de divulgar "informações falsas e calúnias" contra os chineses e os russos, sem especificar do que exatamente estava falando. "Cada vez mais, a comunidade internacional verá claramente os numerosos déficits em sua conta de créditos", destacou ainda.
O discurso do porta-voz muda a postura chinesa de, desde o início dos conflitos, não se posicionar abertamente sobre a guerra na Ucrânia. Até mesmo nesta terça-feira (8), o presidente do país, Xi Jinping, mantinha o discurso de "neutralidade" ao dizer que defende "a soberania e a integridade territorial de cada país", mas que entende a preocupação "com a segurança" da Rússia.
A invasão russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, coloca Pequim em uma situação bastante delicada no cenário internacional, já que os russos são grandes parceiros na política externa e na "oposição" aos Estados Unidos em diversos cenários.
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Por outro lado, os chineses também vivem situações críticas com grupos de independência em seus territórios, especialmente, em Taiwan e Hong Kong e defender uma invasão seria uma contradição ao seu discurso de soberania das nações constituídas.
Doação para a Ucrânia - Zhao também anunciou que a China, por meio da Cruz Vermelha local, enviará assistência humanitária para a Ucrânia no valor de 5 milhões de yuans (cerca de R$ 4 milhões).
O montante será usado para "apoiar as necessidades cotidianas" da população ucraniana. Até o momento, de acordo com dados das Nações Unidas, há entre 2,1 e 2,2 milhões de cidadãos do país que precisaram fugir por conta dos ataques feitos pela Rússia.
Mas, grande parte da população de 44 milhões de pessoas, ainda permanece no território e há uma grave crise de desabastecimento em muitas cidades do país.
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