Antony Blinken
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Antony Blinken

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou neste domingo (6) que está trabalhando "ativamente" em um acordo com a Polônia para o envio de caças militares para a Ucrânia, mas Varsóvia não confirma essa hipótese.

A declaração foi dada durante uma visita do chefe da diplomacia americana a Chisinau, na Moldávia, após a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ter recusado os pedidos do governo ucraniano para criar uma zona de exclusão aérea no país.

"Não posso falar em prazos, mas posso dizer que estamos olhando para isso muito, muito ativamente", declarou Blinken. A imprensa dos EUA especula que a Polônia possa enviar à Ucrânia seus jatos MIG-29, caças de origem soviética com os quais os pilotos ucranianos já estão familiarizados.

Em troca, os Estados Unidos forneceriam para Varsóvia aviões F-16. "Estamos olhando ativamente para a questão dos aviões que a Polônia possa fornecer e para como poderíamos repor, caso a Polônia decida fornecer esses aviões", acrescentou o secretário.

Contudo, em resposta a uma publicação no Twitter, o gabinete do primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, disse que o país "não vai enviar seus caças de combate à Ucrânia". "Ajudamos significativamente em muitas outras áreas", acrescenta a mensagem, que foi veiculada horas antes do pronunciamento de Blinken em Chisinau.

O Ministério da Defesa da Rússia afirma que "praticamente todas as forças aéreas" ucranianas já foram destruídas, e Kiev pressiona a Otan a pelo menos fornecer aviões militares, já que a aliança não quer estabelecer uma zona de exclusão aérea.

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"Pedimos todos os dias uma zona de exclusão aérea. Se vocês não nos derem, ao menos forneçam aviões para nos protegermos. Se vocês não nos derem nem mesmo isso, então vocês também querem que nos matem lentamente. Isso será responsabilidade da política mundial, dos líderes ocidentais", disse o presidente Volodymyr Zelensky em um vídeo divulgado neste domingo.

O argumento da Otan para não criar uma zona de exclusão aérea é evitar uma escalada bélica potencialmente catastrófica para todo o planeta, já que isso poderia colocar forças ocidentais em combate direto contra a Rússia.

"Nas circunstâncias atuais, isso seria considerado como a entrada da Otan na guerra e o risco de uma terceira guerra mundial", afirmou neste domingo o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em entrevista a rádios francesas.

No entanto, uma eventual doação de caças para a Ucrânia também poderia ser tida por Moscou como uma intervenção direta no conflito e até gerar uma resposta militar contra a Polônia, que é membro da Otan e da União Europeia.

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