Com o apoio do Brasil, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas condenou, nesta sexta-feira, supostas violações cometidas pela Rússia na invasão à Ucrânia.
Durante a sessão realizada em Genebra, na Suíça, foi criada uma comissão internacional de inquérito para investigar o caso, incluindo possíveis crimes de guerra.
Trinta e dois membros do Conselho votaram a favor da condenação, 13 se abstiveram e dois (Rússia e Eritreia) foram contra. Entre os que optaram pela abstenção estavam Índia, Bolívia, China, Cuba, Venezuela, Camarões e Cazaquistão.
"Aqueles da Rússia que dirigem e cometem violações contra meu povo deveriam prestar atenção. As provas serão coletadas", declarou a embaixadora da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra, Yevheniia Filipenko, após a reunião.
Mais cedo, a diplomata ucraniana disse ao Conselho que havia "provas irrefutáveis de violações grosseiras e sistemáticas dos direitos humanos, bem como crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pela Rússia". Já o representante de Moscou, Evgeny Ustinov, afirmou que os apoiadores da resolução "usarão qualquer meio para culpar a Rússia pelos eventos na Ucrânia".
Leia Também
A resolução aprovada condena "as violações e ataques aos direitos humanos como consequência da agressão da Federação Russa" e exige ainda "a retirada rápida e verificável das tropas russas” da Ucrânia. Moscou nega ataques a civis.
Durante um ano, os investigadores da comissão terão como tarefa recolher e analisar provas para possam respaldar as violações dos direitos humanos durante a invasão. Também serão identificados os responsáveis pelos crimes, "para que respondam por suas ações".
Constituída por três especialistas em direitos humanos, a comissão de inquérito internacional independente vai apresentar um relatório ao Conselho até o início de 2023. O documento vai ajudar em investigações realizadas por entidades judiciais.
Não é comum a criação desse tipo de comissão no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Também é a primeira vez que se aprova uma resolução que diz respeito diretamente à Rússia.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo.