Igor Kolykhaev prefeito de Kherson
Reprodução/Facebook Igor Kolykhaev
Igor Kolykhaev prefeito de Kherson

Kherson, centro estratégico na Ucrânia Meridional, foi  tomada pelas forças russas nesta quarta-feira (02), confirmou o prefeito local, Igor Kolykhaev, em suas redes sociais.

A cidade que tem mais de 280 mil habitantes, é a primeira "conquista" russa e o primeiro grande município a ser tomado totalmente por tropas desde a invasão à Ucrânia, na última quinta-feira (24).

Em um post publicado no Facebook o prefeito lamentou a situação, e disse que "já havia rumores de acontecer. Ninguém concordou comigo em nada. No entanto, de facto, houve visitantes armados na Câmara Municipal hoje".

Ele prosseguiu dizendo que agiu pacificamente junto de sua equipe "eu e a minha equipa somos pessoas pacíficas, não tínhamos armas ou agressões do nosso lado. Mostramos que estamos a trabalhar para proteger a cidade e estamos a tentar eliminar as consequências da invasão. Estamos passando por grandes dificuldades em apanhar e enterrar os mortos, entregar comida e remédios, recolher lixo, limpar acidentes, etc".

"Tudo que está acontecendo agora em nossa cidade é política que eu odeio. Vim para atualizar infraestrutura, fazer investimentos em Kherson, construir casas, estradas, parques e uma nova vida para minha cidade natal. Como resultado, estou procurando pacotes especiais para os mortos, coloquei o mundo inteiro nos meus ouvidos, pedindo um "corredor verde" e pensando COMO devo recuperar a cidade de tanques e BTRs agora."

Ainda em seu post, Igor Kolykhaev, disse que não há tropas ucranianas na cidade para protegê-la, e que a única coisa que pediu aos militares russos, foi que não matassem civis "eu simplesmente pedi para não atirararem nas pessoas. Não temos Forças Armadas Ucranianas na cidade, apenas civis e pessoas que querem VIVER aqui!".

Além, de confirmar a tomada da cidade na rede, Kolykhaev estipulou regras aos cidadãos da cidade, são elas:

Os moradores só poderão ir à cidade durante o dia;

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Haverá toque de recolher das 20 horas da noite às seis da manhã, de maneira rigorosa; só vai para a cidade carros com comida, remédios e outras coisas;

Será liberarado o transporte público novamente para que funcionários de padarias, lojas, farmácias e outros possam ir trabalhar;

Pedestres andam um por um, no máximo dois. Os militares não serão provocados. Eles param na primeira demanda. Não haverá conflito;

Carros em condições para estar na cidade, dirigir à velocidade mínima, devem estar prontos para mostrar o conteúdo do transporte a qualquer momento.

O político finalizou dizendo "até agora, este é o caso. A bandeira acima de nós é ucraniana. E para que continue o mesmo, estes requisitos terão de ser cumpridos. Não tenho mais nada para oferecer ainda."

Apelo à imprensa 

Já em outro post o prefeito fez um apelo a imprensa ucranina e mundial, preocupado com a cidade, ele pediu apoio e ajuda "Peço a atenção de todos os meios de comunicação de massa de Kherson, meios de comunicação regional, ucranianos e mundiais!".

"A todos os jornalistas que me conhecem, que amam Kherson, e torcem pelo seu destino, POR FAVOR usem o poder do seu quarto poder e nos ajudem a conseguir um "corredor verde" para transportar os feridos e mortos, transporte para a cidade de remédios e alimentos. Sem isso, a cidade perecerá!."

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** Max Richter é formando em jornalismo. Desde 2022, é repórter do iG e tem experiência em coberturas sobre cotidiano, hardnews, saúde, política, comportamento e diversidade. Tem passagens por veículos de mídia impressa e televisão. É sonhador, gosta de pôr-do-sol e andar de bicicleta. Ama contar e ouvir histórias, sejam elas no bar ou em frente ao mar.

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