Pessoas se abrigam nos metrôs de Kiev
Reprodução/O Globo
Pessoas se abrigam nos metrôs de Kiev

A Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) informou nesta segunda-feira (28) que mais de  500 mil pessoas já fugiram da guerra na Ucrânia para os países vizinhos. Os  números devem aumentar ainda mais por conta das longas filas vistas nos postos de fronteiras.

O país que mais recebe os cidadãos é a Polônia, com cerca de 200 mil pessoas. Também Hungria, Moldávia e Romênia recebem uma grande quantidade de ucranianos e de estrangeiros que tentam deixar a nação.

Em Roma, a prefeitura está montando um plano para acolher refugiados de guerra e que já foi adotado em outros momentos de grandes crises humanitárias. Entre as possibilidades que serão debatidas nesta segunda, estará a ida dos cidadãos para famílias da capital que se cadastrem para receber as pessoas que chegam ao país.

Para isso, o prefeito da capital, Roberto Gualtieri, montou uma força-tarefa especificamente para lidar com a emergência causada pela guerra na Ucrânia.

"Como outras grandes cidades no mundo, Roma se mobiliza para dizer não à guerra. Com a instituição da força-tarefa para coordenar as ações de ajuda, assistência e acolhimento, Roma quer se fazer sentir ainda mais concretamente no apoio ao povo ucraniano que está sofrendo uma agressão militar absurda e perigosa para o futuro de todos", disse Gualtieri.

No fim de semana, cerca de 100 ucranianos chegaram à Itália.

Mas, nesse caso, tratavam-se de pessoas com familiares residentes em várias cidades do país.

Também nesta segunda-feira, o presidente da Federação Italiana de Agências Sanitárias e Hospitalares (Fiaso), Giovanni Migliore, afirmou que os hospitais do país "estão disponíveis para receber e cuidar de adultos e crianças" feridos pela guerra.

"Estamos promovendo a possibilidade de criar um corredor humanitário para poder cuidar dos pacientes mais frágeis, também organizando a sua transferência assistida", acrescentou.

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Brasil

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou no fim da noite deste domingo (27) que 80 brasileiros deixaram a Ucrânia em direção a países vizinhos até o momento e que cerca de 100 ainda estão no território.

Os números, no entanto, não batem com os dados do Itamaraty de antes da guerra, de que cerca de 500 brasileiros viviam lá. É provável que o número de pessoas na Ucrânia seja maior assim como a quantidade de brasileiros que saiu do território sem informar oficialmente a Embaixada.

Na sexta-feira (25), o Brasil conseguiu um trem para levar brasileiros que estavam em Kiev para a cidade de Chernivtsi, no oeste do país e próximo à fronteira com a Romênia. O Itamaraty ainda informou que está mandando representantes das embaixadas para os postos de entrada para facilitar a fuga dos brasileiros.

Nigéria 

Após imagens de pessoas com origem africana serem impedidas de deixarem Kiev viralizarem nas redes sociais, o governo da Nigéria denunciou formalmente uma discriminação racial na evacuação do país.

"Há lamentáveis relatórios sobre policiais e membros das equipes de segurança ucranianos que refutam que nigerianos entrem em ônibus ou trens com destino às fronteiras da Ucrânia com a Polônia", disse o conselheiro presidencial, Garba Shehu, em comunicado oficial.

"Em um vídeo que está amplamente circulando pelas mídias sociais, um mãe nigeriana com um filho pequeno foi filmada sendo fisicamente forçada a deixar seu lugar para outra pessoa", diz ainda a nota.

Relatos semelhantes foram dados também por pessoas de Gana e de outras nações europeias.

A embaixadora polonesa na Nigéria, Joanna Tarnawska, negou as acusações e disse "que todos recebem atendimento igual" na fronteira com a Polônia.

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