O Serviço Federal de Supervisão de Meios de Comunicação na Rússia (Roskomnadzor) fez um alerta neste sábado de que vai restringir o acesso de dez meios de comunicação do país caso compartilhem notícias fazendo referência à operação militar na Ucrânia como um "ataque, invasão ou declaração de guerra".
Em uma carta, o órgão de vigilância informou que abriu uma investigação sobre o caso e se queixou do que caracteriza como a distribuição de “informações falsas” sobre o bombardeio de cidades ucranianas e a morte de civis causada pelas forças armadas russas.
"A menos que as informações imprecisas sejam removidas, o acesso a essas fontes será restrito. Enfatizamos que informações precisas e verificadas estão disponíveis em fontes oficiais de informações russas", diz o comunicado.
Os veículos que receberam a ordem foram: Eco de Moscou, InoSMI, Mediazona, New Times, TV Rain, Svobodnaya Pressa, Krym.Realii, Novaya Gazeta, Zhurnalist e Lenizdat. Muitos são identificados como "agentes estrangeiros" pelo Kremlin. O editor da Novaya Gazeta, Dmitry Muratov, ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2021.
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Mídia reforça discurso de Putin
Antes mesmo do presidente Vladimir Putin aprovar o lançamento de mísseis e avançar as tropas nas fronteiras com a Ucrânia, a mídia russa mostrava um enredo pró-invasão no noticiário e em peças de propaganda.
Na quinta-feira, a maioria dos meios de comunicação locais noticiaram a invasão ao país vizinho como "um ato de autodefesa" que tinha exclusivamente o objetivo de "desmilitarizar" a nação ucraniana. Narrativa que reforçava o discurso de Putin televisionado nacionalmente antes da ofensiva.
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