Câmara defende resposta 'clara' do Brasil à invasão na Ucrânia
Divulgação/Câmara dos Deputados/Pablo Valadares
Câmara defende resposta 'clara' do Brasil à invasão na Ucrânia

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados divulgou, nesta quinta-feira, uma nota em que repudia “veementemente” os  ataques da Rússia à Ucrânia. O texto “encoraja” o Brasil a tomar uma posição “clara e objetiva” em benefício do diálogo.  

Segundo o comunicado, assinado pelo presidente da comissão, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), os bombardeios russos contra um país soberano, que conquistou sua Independência em 1991, viola as regras e normas internacionais. Por essa razão, o ato deve ser “fortemente condenado” pelas instâncias multilaterais e os governos democráticos. 

“Reiteramos que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CSNU) é a instância adequada para a resolução pacífica dos conflitos e encorajamos o Brasil, por meio de sua diplomacia e com assento neste órgão da ONU, para que atue de forma objetiva e clara em benefício do diálogo e da construção de uma agenda de paz e segurança duradouros”, conclui a nota. 

Até o momento, o governo brasileiro mantém sua posição de defender uma solução negociada e pacífica para o conflito, embora países como os Estados Unidos, a Alemanha e a própria Ucrânia tenham declarado publicamente que querem que o Brasil condene as ações da Rússia — que chegaram ao cume com a invasão da Ucrânia. Há uma informação de que está sendo preparada uma nota nesse sentido pelo Itamaraty, mas ainda não há confirmação na área diplomática.  

Na última quarta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que considera “difícil” o Brasil reconhecer a independência das regiões de Luhansk e Donetsk, assim como fez o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Os territórios são separatistas, ou seja, pró-Moscou, e ficam no Leste da Ucrânia. 

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Ttambém na Câmara, Cláudio Cajado (PP-BA), presidente do grupo parlamentar Brasil/Ucrânia, disse que houve "injusta agressão", dando início a "uma inoportuna e inaceitável guerra". Ele fez um apelo para que o Brasil e a comunidade internacional não deixem a Ucrânia à própria sorte. E defendeu sanções econômicas à Rússia.

"Essa atitude desrespeita todas as leis e princípios fundamentais das nações e povos, contidos na Carta das Nações Unidas. Não podemos deixar a Ucrânia à própria sorte. Pelo contrário. Apelo nesta oportunidade de maneira veemente para que a comunidade internacional se manifeste e ajude a Ucrânia na sua justa defesa, além de impor à Rússia as sanções econômicas necessárias contra essa atitude inaceitável e incabível. Essa é um postura que exige dos parlamentos, principalmente daqueles que defendem a democracia, uma posição firme. Não podemos aceitar que a Ucrânia sofra perdas de vida num momento crucial, em que a humanidade tenta atravessar a pandemia", disse Cajado, acrescentando:

"Eu apelo, não só ao Brasil, mas aos países que são signatários das Nações Unidas para que ajudem a Ucrânia. Não a deixemos à própria sorte".

Zé Neto (PT-BA) falou sobre o  reflexo da guerra no preço do petróleo: "Sabe quanto custava o barril de petróleo [em 11 de janeiro de 2022]? US$ 83. Depois da invasão de ontem, está custando US$ 105. Nós estamos à beira do caos no Brasil. E essa briga da Rússia coma  Ucrânia vem de um processo de briga por energia, por gás, e por interesses energéticos".

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