Joe Biden
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Joe Biden

A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira que vai sancionar a empresa responsável pelo gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico. Na véspera, a Alemanha já havia anunciado a suspensão do licenciamento da obra, que ficou pronta no final do ano passado.

"Hoje, ordenei ao meu governo que imponha sanções à Nord Stream 2 AG e a seus diretores corporativos", disse o presidente Joe Biden em comunicado. "Esses passos são outra parte de nossa parcela inicial de sanções em resposta às ações da Rússia na Ucrânia.Como deixei claro, não hesitaremos em tomar mais medidas se a Rússia continuar a escalar."

Ainda segundo Biden, "por meio de suas ações, o presidente Putin forneceu ao mundo um incentivo esmagador para se afastar do gás russo e de outras formas de energia". No comunicado, ele também agradeceu ao chanceler alemão, Olaf Scholz, "por sua estreita parceria e dedicação contínua em responsabilizar a Rússia por suas ações".

O Nord Stream 2 tem como objetivo dobrar a capacidade de fornecimento de gás russo através do Mar Báltico, em um contexto de crise energética na Europa. Hoje, o primeiro gasoduto Nord Stream, inaugurado em 2012, transporta 55 bilhões de metros cúbicos de gás anualmente para a Alemanha, correspondendo a 49% de todo consumo do combustível no país.

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A obra do Nord Stream 2, estimada em US$ 11 bilhões, já chegou a ser alvo de sanções dos EUA, mais tarde retiradas por Biden. Ela já era criticada por, na visão de Washington, elevar a dependência europeia do gás russo e diminuir a influência da Ucrânia — atualmente, grande parte das importações europeias do gás que vem da Rússia cruza o território ucraniano, e Kiev recebe por isso. Os EUA também têm interesse em vender para os europeus seu próprio gás liquefeito.

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Como um todo, os 27 países da União Europeia dependem em 41% do gás fornecido pela Rússia. Há algumas nações, como Hungria e República Tcheca, onde a dependência chega a quase 100%.

Os social-democratas do chanceler Olaf Scholz, assim como o governo anterior chefiado pelos democratas cristãos de Angela Merkel, sempre defenderam o gasoduto como uma obra comercial, que deveria ser isolada da política. A dependência alemã da energia movida a gás aumentou depois que o país decidiu acabar com as usinas nucleares, após o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011.

No entanto, depois que a Rússia reconheceu as repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk, no Leste da Ucrânia, na segunda-feira, Scholz anunciou que tomou medidas para interromper o processo de autorização do início da operação do gasoduto.

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