Apesar da crescente tensão entre a Rússia e países-membros da Otan, como os Estados Unidos , o presidente Jair Bolsonaro (PL) não vai adiar sua viagem a Moscou. Ele embarca com destino à capital russa na próxima segunda-feira (14) e deve ficar no país até quarta (17).
"A gente pede a Deus que reine a paz no mundo para o bem de todos nós", disse Bolsonaro, sem citar diretamente o cenário no leste europeu.
A viagem foi combinada ainda em 2021, a convite do presidente Vladimir Putin, e tem como pauta interesses comerciais. "O Brasil depende, em grande parte, de fertilizantes da Rússia e da Bielorrusia. Levaremos um grupo de ministros também pra tratarmos de outros assuntos que interessam aos nossos países, como energia, defesa e agricultura", comentou o brasileiro em transmissão ao vivo no Facebook, na manhã deste sábado (12).
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Especialistas em Relações Internacionais, no entanto, acreditam que a viagem não é uma boa sinalização no momento. Para o cientista político e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Leandro Consentino, a prudência manda Bolsonaro adiar o encontro
para que a imagem dele ao lado do russo não demonstre um posicionamento alinhado ao país.
O contexto atual é marcado por acusações dos Estados Unidos, que aponta um plano da Rússia para invadir a Ucrânia. O governo Putin, por sua vez, nega a intenção
, mas intensificou os exercícios militares na fronteira com o território ucraniano. As potências rivalizam porque a Rússia não aceita a eventual incorporação da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do Ocidente.
Em meio a isso, a crise se acentuou e países como Reino Unido, Japão, Holanda, Coreia do Sul, Alemanha, Estados Unidos e a própria Rússia pediram que seus cidadãos deixem a Ucrânia. O governo brasileiro ainda não seguiu essa recomendação.