O governo dos Estados Unidos declarou nesta terça-feira (18) que a Rússia pode atacar a Ucrânia "a qualquer momento". O país americano, assim como outras nações ocidentais, temem a invasão e se preparam para reagir.
"Nossa percepção é de que é uma situação extremamente perigosa. Nós estamos agora em uma fase em que a Rússia poderia lançar um ataque na Ucrânia a qualquer momento", disse a porta-voz do governo estadunidense, Jen Psaki, à imprensa local.
Segundo o site The Hill, que repercutiu a declaração, o secretário de estado americano Antony Blinken planeja se reunir com o ministro da Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov na próxima sexta (21). O objetivo do encontro é convencer o governo da Rússia a seguir a saída diplomática oferecida pelos Estados Unidos e seus aliados. Caso contrário, o país comandado pelo democrata Joe Biden promete que haverá consequências econômicas.
"Cabe aos russos determinar qual caminho eles vão escolher e as consequências serão severas se eles não seguirem o meio da diplomacia", antecipou Psaki.
A publicação lembra que ainda em dezembro, em uma chamada de vídeo, Biden disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que o país iria enfrentar sanções se invadisse a Ucrânia, além de que se esforçariam para aumentar a ajuda militar da nação atingida.
Avanço das tropas russas
Também hoje, tropas russas começaram um exercício militar conjunto com militares de Belarus. Dois meses atrás, cerca de 100 mil soldados de Putin se posicionaram nas proximidades da fronteira com a Ucrânia.
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Como o Nexo Jornal explica, Belarus e Ucrânia são os únicos dois países na fronteira oeste da Rússia que não foram incorporados à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar fundada por americanos e europeus em 1949 para fazer oposição ao poder soviético reconhecido à época. Desse modo, a intenção da Rússia em avançar para essas duas nações seria a de impedir que seus adversários incorporem os dois países à Otan.
Mas a situação é diferente em cada território. Em Belarus, ex-república soviética, o governo é aliado de Putin. No caso da Ucrânia, também ex-república, não. Mas a Rússia arma e financia grupos rebeldes que apoiam a anexação do país.
Outras repercussões internacionais
Pressionada a tomar atitudes mais firmes, a Alemanha considera a possibilidade de interromper o oleoduto Nord Stream 2 se a invasão se confirmar. A tubulação foi construída com o propósito de levar mais gás russo para a Europa Ocidental.
De acordo com a CNN Brasil, o chanceler alemão Olaf Scholz disse hoje que "haverá um preço alto a pagar" se as ações militares da Rússia avançarem. No entanto, observadores avaliam que ele envia sinais confusos, uma vez que o Nord Stream 2 ainda nem teve a operação aprovada.
Enquanto isso, o governo do Reino Unido anunciou ontem o envio de ajuda militar para Kiev, capital ucraniana. "Decidimos fornecer para a Ucrânia mísseis anti-ataque de curto alcance para auto-defesa", afirmou o ministro da Defesa do país, Ben Wallace. Segundo o G1, ele informou que vão enviar soldados britânicos para treinar as Forças Armadas locais, já que há "um motivo bem legítimo e real" de que ocorra a invasão.
Em meio a esse cenário, o Canadá já enviou uma pequena tropa para a região, como informou a GloboNews. Para o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrel, o continente está mais próximo de deflagrar uma nova guerra do que já esteve desde o confronto que culminou no desmembramento da Iugoslávia.