A procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, teria convocado o ex-presidente dos EUA Donald Trump para testemunhar, sob juramento, no próximo dia 7 de janeiro sobre uma suposta fraude na Organização Trump.
A informação foi revelada nesta quinta-feira (9) pelos jornais americanos "The New York Times" e "Washington Post", citando fontes familiarizadas com o caso.
O depoimento faz parte da investigação civil que apura se a Organização Trump está envolvida em um padrão de fraude criminosa ao enviar intencionalmente valores falsos de propriedades a credores em potencial, de acordo com testemunhas que falaram sob condição de anonimato.
O inquérito quer saber se a companhia inflou indevidamente o valor de seus ativos em demonstrações financeiras anuais para obter empréstimos e benefícios econômicos. A investigação "sobre fraude potencial ou ilegalidade" é confidencial e paralela a apuração conduzida pelo promotor do distrito de Manhattan, Cyrus Vance.
Segundo a mídia americana, os promotores de Nova York estão examinando demonstrações financeiras relacionadas a várias propriedades de Trump, incluindo seu clube de golfe na Califórnia, para o qual ele avaliou o mesmo terreno em US$ 900 mil e US$ 25 milhões, dependendo do público-alvo, e uma propriedade no subúrbio de New York, para a qual as avaliações de Trump variaram de US$ 56 milhões a US$ 291 milhões. As avaliações foram feitas cinco anos antes do magnata ser eleito presidente.
Até o momento, nem o porta-voz de James, Fabien Levy, nem Ronald Fischetti, advogado que tem representado Trump nas investigações sobre suas práticas financeiras em Nova York, comentaram o caso.
A Organização Trump e seu diretor financeiro, Allen Weisselberg, foram acusados de fraude fiscal no início deste ano. Ambos se declararam inocentes.
Trump, por sua vez, não foi acusado de qualquer irregularidade nas investigações, mas criticou James, chamando-a de " corrupta " e acusando-a de se envolver em uma "caça às bruxas" por motivos políticos, tendo em vista que ela será candidata ao governo do estado.
Se o republicano se recusar a comparecer ao depoimento, James e seu escritório podem levá-lo ao tribunal e tentar forçá-lo a obedecer a medida.
Ainda segundo a publicação, a procuradora-geral de NY disse que está considerando entrar com uma ação judicial sobre o assunto, e os promotores de Manhattan convocaram um novo grande júri para considerar possíveis acusações criminais relacionadas às práticas financeiras da empresa.