O governo de Cuba está sendo acusado por moradores de Havana, capital de Cuba, de impedir que os cidadãos tenham acesso à internet. O motivo seria que as autoridades pretendem inviabilizar as manifestações e ações contra o governo.
“Pedimos ao governo cubano que respeite os direitos dos cubanos e permita que eles se reúnam pacificamente e usem suas vozes sem medo de represálias ou violência do governo”, afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken, em nota, pedindo que a conexão com a internet fosse reestabelecida na ilha.
As redes sociais são um grande auxílio para que os manifestantes organizem atos contra o governo. O mais recente aconteceu na última segunda-feira(15) às 15h (horário local) em Havana e foi organizado pelo grupo Arquipélago, que tem 37 mil filiados. Esta Marcha Cívica tinha o objetivo lutar pela liberdade dos presos políticos e por uma mudança democrática na ilha.
Os protestos da oposição foram proibidos pelo governo do presidente Miguel Díaz-Canel, que também impediu que o líder da oposição, Yunior García, aparecesse nos atos de 15 de novembro o sitiando em sua casa.
Além disso, os Estados Unidos é acusado pelo governo cubano de financiar e estimular as manifestações opositoras.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, publicou um comentário no Twitter referindo-se aos EUA. "[O governo cubano] rejeita a ingerência dos Estados Unidos. Defendemos o direito de desfrutar o caminho da normalidade em paz e enfrentar os desafios que temos pela frente sem interferências”.
Desde julho, milhares de cubanos protestaram na ilha. Os cidadãos tinham como alvo a vacinação contra a Covid-19, a crise econômica que atinge a ilha e que foi agravada pela pandemia.
Durantes esses atos, mais de 1.100 pessoas foram detidas. Desde então, a ilha restringiu o acesso à internet e a mídias sociais, na tentativa de conter novos protestos.
Apesar da repressão, os manifestantes ainda planejam uma jornada de protestos pró-democráticos, que intitulam de “Marcha Cívica pela Mudança”.